O Sol produz erupção poderosa de classe X1
Na noite de sexta-feira (22), o Sol gerou duas erupções extremamente poderosas de classe X1 simultaneamente, provenientes das manchas solares AR3614 e AR3615. Essas manchas solares têm sido monitoradas de perto pela NASA e representam concentrações de energia na superfície solar.
De acordo com os especialistas, durante o ciclo solar de 11 anos, o Sol passa por períodos de atividade intensa, conhecidos como Ciclo Solar 25. Esse fenômeno é marcado por um aumento significativo no número de manchas solares na superfície da estrela, que são pontos de intensa atividade magnética.
As manchas solares, quando as linhas magnéticas se entrelaçam, podem gerar explosões denominadas rajadas de vento. Essas explosões, conhecidas como ejeções de massa coronal (CME), lançam partículas carregadas de radiação para fora do Sol em jatos de plasma.
A intensidade das explosões solares é classificada em um sistema de letras pela NOAA dos EUA, com as categorias A, B, C, M e X, de acordo com a intensidade dos raios-X liberados. A classe X representa os clarões de maior intensidade, indicando a magnitude do evento.
Registro das explosões solares
Por volta das 22h30 (horário de Brasília), as explosões solares foram registradas ejetando material na direção da Terra. Diversos observatórios espaciais captaram o evento, incluindo o telescópio do Observatório Solar Nacional da Austrália e o Observatório de Dinâmicas Solares da NASA.
As imagens demonstram a explosão das manchas solares AR3614 e AR3615, que parecem rasgar o tecido solar durante o fenômeno. A intensidade do evento chamou a atenção dos astrônomos e pesquisadores, que acompanham de perto o impacto das erupções solares na Terra.
Erupção solar dupla não foi obra do acaso
Embora a ocorrência simultânea de duas erupções solares poderosas pareça uma coincidência extraordinária, os especialistas apontam que esse fenômeno pode não ter sido aleatório. As chamadas “explosões solares simpáticas” são conhecidas na comunidade científica e explicam a relação entre manchas solares distantes que explodem em conjunto.
No caso das manchas AR3614 e AR3615, a proximidade entre elas sugere uma conexão magnética que permitiu a sincronia das erupções. Esses eventos podem enviar ejeções de massa coronal em direção à Terra, o que pode resultar em tempestades geomagnéticas e impactar diversos sistemas tecnológicos.
A expectativa é que a CME gerada pelas erupções solares atinjam a Terra até a madrugada de segunda-feira. Os modelos da NASA e da NOAA apontam para a possibilidade de tempestades geomagnéticas de classe G3, que podem impactar sistemas elétricos, operação de satélites e até mesmo causar auroras em latitudes mais baixas do que o comum.
Portanto, mesmo diante da imprevisibilidade do Sol, os cientistas seguem monitorando atentamente a atividade solar e os possíveis impactos na Terra. A compreensão desses eventos é essencial para a proteção de infraestruturas tecnológicas e a prevenção de danos causados por tempestades solares.