Debate sobre políticas de CT&I embasadas em evidências na Conferência Livre da FGV

Por Redação
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Em preparação para a 5ª Conferência Nacional de CT&I, que tem como objetivo formular a estratégia do setor para os próximos dez anos, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizará amanhã (03/04), em São Paulo, a Conferência Livre: “Políticas para Ciência, Tecnologia e Inovação com Base em Evidências”.

O evento vai reunir instituições científicas e de inovação tecnológica, agências de fomento à pesquisa, empresas públicas e privadas, além de órgãos do governo, a fim de propor um conjunto de ações que precisam estar na agenda brasileira dos próximos anos para o desenvolvimento de uma política de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) com base em evidências.

Em entrevista à Assessoria de Imprensa da FGV, a diretora de Pesquisa e Inovação da instituição, Goret Paulo, explicou o principal objetivo do evento: “Avaliar os resultados e os impactos das políticas e programas da área de ciência, tecnologia e inovação sobre o crescimento econômico sustentável do país e considerar a experiência de outros países nessa área são ações necessárias para a construção de uma política pública em CT&I com potencial de gerar reais benefícios para a sociedade. Sugerir quais seriam os primeiros passos para essa construção é o propósito desta conferência livre organizada pela FGV, no âmbito da preparação para a 5ª Conferência Nacional de CT&I”, afirmou.

É possível conferir a programação completa e se inscrever para participar do evento neste link. O evento também contará com transmissão on-line por meio do canal da FGV no YouTube.

Integração do Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação

De acordo com o diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, Carlos Américo Pacheco, o debate sobre a política de CT&I é essencial para o país e fundamental para as agências de fomento que operam nesse contexto.

“Se o país vai fazer mais inovação, se preocupar com a questão da sustentabilidade, dar um foco na questão amazônica, ou ainda organizar a política científica, tecnológica e industrial por missões, tudo isso determina as possibilidades e as iniciativas que as agências devem organizar”, declarou Pacheco, que é membro da comissão organizadora da conferência e vai moderar o painel Governança do Sistema de CT&I e Coordenação entre as Agências de Fomento.

A Academia Brasileira de Ciências (ABC) também participará desse painel, com a palestra do diretor Alvaro Prata, que acredita ser necessário introduzir mudanças para melhorar a governança e a integração entre os atores do sistema de CT&I.

“Temos um sistema de CT&I amadurecido, com agências federais bem estabelecidas. O CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico] focado no pesquisador, a Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior] na pós-graduação e a Finep [Fundação de Estudos e Projetos] nos projetos de P&D, com ênfase nas parcerias entre universidade e empresa. Parte importante desse sistema são as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa [FAPs], que, a partir de uma visão estadual, possuem um papel de grande importância na diversidade das políticas locais e regionais”, disse Prata.

Além de agências de fomento à pesquisa, a conferência também reunirá Instituições Científicas e de Inovação Tecnológica (ICTs) para um diálogo sobre como a ciência pode impactar no desenvolvimento de soluções para diversas indústrias. O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Francisco Saboya, acredita que as ICTs possuem especialistas em diversas áreas do conhecimento capazes de ajudar as empresas a resolver problemas complexos e desenvolver novas soluções.

“As empresas também podem se beneficiar do acesso a equipamentos de última geração, instalações laboratoriais e infraestrutura de pesquisa fornecidos pelas instituições de pesquisa, o que muitas vezes seria muito caro ou inviável para elas adquirirem por conta própria. Esse trabalho em conjunto pode acelerar o ciclo de inovação ao aproveitar ao máximo o conhecimento e os recursos disponíveis”, disse Saboya, que apresentará palestra no painel Definição de Diretrizes e Sistema de Avaliação Permanente para os Investimentos em CT&I.

Quem também marcará presença nesse painel é a Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o diretor de Educação e Tecnologia, Rafael Luchesi. Ele defende que as empresas e o setor industrial precisam participar das discussões e da construção das agendas prioritárias para o país e também da implementação dessas agendas ao lado das universidades e instituições de pesquisa.

“O setor empresarial é um ator-chave dos sistemas de inovação e é dentro das empresas que a inovação acontece. É na indústria que são desenvolvidas soluções tecnológicas para muitas das demandas da sociedade, em áreas como saúde, transporte, energia e telecomunicações”, alegou Luchesi.

A conferência conta ainda com um painel voltado a debater a Definição de Diretrizes e Sistema de Avaliação Permanente para os Investimentos em CT&I. Também estão com presença confirmada os representantes da Academia Nacional de Medicina (ANM), Instituto ICorps, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Tribunal de Contas da União (TCU), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Durante o evento, os diferentes setores do sistema de CT&I vão propor recomendações para a nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. A abertura da conferência será realizada pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, Vahan Agopyan, e pela diretora da FGV, Goret Paulo.

Agopyan acredita que é fundamental enfatizar a importância dos investimentos estratégicos e sólidos em educação, pesquisa e tecnologia que liderem o caminho para um futuro mais brilhante e sustentável, pautado no conhecimento e na inovação.

“A produção científica e tecnológica não apenas fortalece a economia local, mas também contribui significativamente para o progresso global, reiterando a necessidade crucial de continuar investindo e valorizando a ciência, a tecnologia e a inovação”, afirmou o secretário.

As Conferências Livres de CT&I, assim como as Conferências Estaduais e Temáticas, estão ocorrendo desde novembro de 2023 e culminarão na 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), a ser realizada nos dias 4, 5 e 6 de junho, em Brasília.

Mais informações em: https://rededepesquisa.fgv.br/evento/conferencia-livre-de-cti-politicas-para-ciencia-tecnologia-e-inovacao-com-base-em-evidencias.
 

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