Brasil anuncia mudança na vacinação contra o HPV
O Brasil sempre foi referência mundial quando se trata de vacinação. Com um sistema de saúde público gigantesco, o Sistema Único de Saúde (SUS), o país conseguiu levar doses de vacina para todos os cantos do território nacional. No entanto, nos últimos anos, a população tem se imunizado menos, principalmente no caso das crianças.
O movimento anti-vacina, que é global, costuma atrair simpatizantes da extrema-direita. Diante desse cenário preocupante, o governo federal está buscando retomar o ritmo e a eficácia do Programa Nacional de Imunizações (PNI), com foco especial na proteção contra o HPV (papilomavírus humano).
Quem pode tomar
- A vacina contra o HPV é disponibilizada gratuitamente pelo SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos.
- Pessoas vivendo com HIV e vítimas de abuso sexual também estão inclusas no público-alvo da vacina.
- Além disso, estados e municípios devem buscar jovens de até 19 anos que ainda não foram imunizados.
- O esquema vacinal atual consiste em duas doses, com um intervalo de seis meses entre elas.
- Com a mudança, a vacina passará a ser de dose única.
- No SUS, o imunizante é produzido pelo Instituto Butantan e é conhecido como vacina quadrivalente, contendo quatro formas do vírus.
- Nos estabelecimentos privados, a vacina protege contra nove tipos de vírus.
A novidade foi anunciada recentemente pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, em uma rede social popular. Agora, a vacina contra o HPV será aplicada em dose única, substituindo o esquema anterior de duas doses.
Mas uma dose só?
Diante dessa mudança significativa no esquema vacinal contra o HPV, muitas pessoas podem se questionar se uma dose única é suficiente para garantir a proteção esperada. Estudos indicam que sim, apenas uma dose é capaz de oferecer anos de prevenção contra o câncer relacionado ao vírus e contra o próprio HPV.
Desde 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já recomendava a utilização de apenas uma dose da vacina contra o HPV. Essa estratégia visa aumentar a adesão à imunização.
Uma questão de estratégia
- A mudança na quantidade de doses aplicadas contra o HPV no Brasil tem como objetivo ampliar a adesão à vacinação.
- Nos últimos anos, houve uma queda na cobertura vacinal contra o HPV no país.
- Especialistas indicam que uma das dificuldades estava justamente no esquema de duas doses.
- Em 2022, a adesão à primeira e segunda dose entre as meninas foi de 75,91% e 57,44%, respectivamente.
- Já entre os meninos, esses números foram ainda menores: 52,26% na primeira aplicação e 36,59% na segunda.
- Os dados mais recentes deste ano ainda não foram consolidados.
Apesar do anúncio feito pela ministra da Saúde, ainda não foram divulgados detalhes sobre a implementação da dose única da vacina contra o HPV. O governo federal deverá informar nos próximos dias qual será o cronograma da nova vacina e em quanto tempo estará disponível para a população. A expectativa é que essa mudança contribua para a melhoria dos índices de imunização no Brasil.