Diversas pesquisas apontam que os casos de demência têm aumentado em todo o mundo nos últimos anos. Um dos fatores que pode explicar este cenário é o uso excessivo de celulares. No entanto, os aparelhos também podem ser aliados no combate à doença. Um novo aplicativo, por exemplo, pode diagnosticar a forma mais comum de demência em pessoas com menos de 60 anos.
Diagnóstico da demência frontotemporal é um desafio
- Pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco, nos Estados Unidos, descobriram que testes com smartphones podem ajudar a detectar demência frontotemporal em pessoas geneticamente predispostas à doença antes do surgimento dos primeiros sintomas.
- Essa condição afeta principalmente o cérebro de pessoas entre 45 e 64 anos de idade.
- O grande desafio é a dificuldade de diagnóstico da doença, uma vez que os sintomas (alterações comportamentais, dificuldade em se relacionar com entes queridos e apatia) em pessoas mais jovens podem ser confundidos com transtornos psiquiátricos.
- Segundo cientistas, cerca de 30% dos pacientes com demência frontotemporal têm histórico familiar da doença.
- Nos últimos anos, celebridades como Bruce Willis e Wendy Williams foram diagnosticadas com a condição.
- As informações são do Euronews.
Os testes
O aplicativo foi testado entre 2019 e 2023 com 360 participantes, sendo 209 mulheres e 151 homens. A média de idade dos participantes foi de 54 anos. Muitos dos participantes tinham predisposição genética para contrair a doença, mas ainda não tinham desenvolvido sintomas.
Os testes foram realizados após uma parceria com a empresa de software Datacubed Health. Eles analisaram a capacidade das pessoas planejarem, organizarem e controlarem impulsos, já que a parte do cérebro que controla essas funções pode atrofiar à medida que a doença progride. Os dados coletados incluíram gravações vocais, testes de marcha, equilíbrio e linguagem.
Leia Também
Os cientistas descobriram que os testes com o aplicativo de smartphone identificaram com precisão indivíduos com demência e foram “mais sensíveis aos primeiros sintomas” do que um teste cognitivo clínico comum.
Quando os pesquisadores podem medir os estágios iniciais do declínio, eles também podem medir se um tratamento funciona para prevenir ou atrasar o início dessas condições devastadoras. Estamos ansiosos para uma validação adicional desta ferramenta e outras abordagens para permitir a pesquisa clínica FTD.
Penny Dacks, diretora sênior de iniciativas científicas da Associação para a Degeneração Frontotemporal