No universo celeste, a ação de “espirrar” não é algo negativo – isso vale para estrelas. Cientistas revelaram que as chamadas “protoestrelas espirram” na fase inicial de sua formação, o que é crucial para o processo de desenvolvimento destes corpos celestes em formação.
A importância dos espirros estelares
Os “espirros” são uma etapa fundamental no desenvolvimento das protoestrelas, que são os primeiros estágios de formação de uma estrela. Para compreender melhor o fenômeno, é necessário entender a composição e a formação das estrelas:
- As protoestrelas surgem a partir do acúmulo de nuvens de gás e poeira estelar em um aglomerado cósmico.
- Com o tempo, essas nuvens colapsam e dão origem às protoestrelas, que ficam envoltas por um disco protoestelar.
- O processo de aumento de massa das protoestrelas resulta na absorção de mais matéria dos arredores, levando ao aumento da pressão no núcleo e, eventualmente, à fusão nuclear – dando origem a uma verdadeira estrela.
- Assim que a estrela se forma, ela começa a gerar um campo magnético ao seu redor.
O desafio das estrelas jovens
Quando as estrelas finalmente se formam, seus campos magnéticos permanecem ativos em grande escala. Contudo, esse grande magnetismo já não é mais necessário para o desenvolvimento das estrelas, que precisam se livrar dessa energia excedente.
É aí que entram os “espirros estelares”: a forma pela qual as estrelas em formação tentam expelir essa energia indesejada, ajudando-as a se desenvolver adequadamente.
A descoberta e sua importância
A descoberta dos “espirros estelares” foi resultado de estudos realizados por uma equipe de cientistas da Universidade de Kyushu, no Japão. Utilizando o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), os pesquisadores analisaram os discos de gás e poeira em torno das estrelas novatas.
Seu objetivo era compreender melhor o mecanismo por trás do fluxo magnético desses astros, e para isso, eles investigaram um berçário estelar localizado a aproximadamente 450 anos-luz da Terra.
Durante as observações, os cientistas notaram estruturas semelhantes a “espinhos” surgindo do disco protoestelar. Essas estruturas consistiam de fluxo magnético, poeira e gás, evidenciando a ação dos “espirros estelares” no ambiente das estrelas em formação e garantindo sua evolução.
De acordo com informações do site Space.com, a expectativa dos pesquisadores é que essas novas descobertas auxiliem outros astrônomos na compreensão dos processos de formação e das condições necessárias para o surgimento desses corpos celestes em desenvolvimento.