A Expedição DEGy Rio Negro foi marcada por um reencontro nostálgico para quatro integrantes do grupo que percorreu o rio Negro e afluentes, de Manaus a Santa Isabel do Rio Negro. Os pesquisadores realizaram no passado a primeira expedição do projeto Calhamazon, coletando 20 mil exemplares de 510 espécies, o que resultou em diversas descobertas científicas.
Em 2024, os pesquisadores Osvaldo Oyakawa, Lúcia Rapp Py-Daniel e Angela Zanata se reuniram novamente para a Expedição DEGy Rio Negro. Essa viagem marcou um momento significativo na carreira desses profissionais, que exploraram a diversidade de peixes dos principais canais do rio Amazonas.
O Calhamazon, coordenado por John Lundberg, teve como colaborador no Brasil o professor Naércio Menezes, cujo projeto “Diversidade e Evolução de Gymnotiformes” (DEGy), apoiado pela FAPESP, tem como objetivo estudar os peixes-elétricos, incluindo poraquês.
O destaque do Calhamazon foi a inovação na coleta de peixes da calha do rio, utilizando o método de pesca de camarões no mar, adaptado para os rios. Essa técnica foi fundamental para a obtenção de um grande número de espécies de Gymnotiformes, ampliando o estudo desses peixes no Brasil.
Além disso, a pesca de arrasto de fundo introduzida pelo projeto Calhamazon permitiu a coleta de peixes raros e pouco conhecidos, enriquecendo as coleções e contribuindo para estudos futuros.
Após a experiência no Calhamazon, os pesquisadores seguiram caminhos diversos em suas carreiras, mas o legado do projeto permanece vivo. O técnico de apoio à pesquisa Roberval Pinto Ribeiro, por exemplo, continua atuando como guia de pesquisadores, participando de monitoramentos de fauna e colaborando em novos projetos que envolvem a pesca de arrasto de fundo.
A experiência adquirida durante o Calhamazon abriu portas para novas oportunidades, como pós-doutorados, publicações importantes e colaborações internacionais. A pesquisadora Angela Zanata, por exemplo, destaca a influência do projeto em sua carreira acadêmica e os aprendizados proporcionados pelas expedições de campo.
Para os pesquisadores envolvidos, a pesca de arrasto de fundo nos rios amazônicos representa não apenas uma técnica de coleta, mas uma experiência enriquecedora que ultrapassa fronteiras acadêmicas e profissionais.