As recentes chuvas intensas no Rio Grande do Sul estão causando impactos negativos nas colheitas de soja e arroz, que são os principais grãos cultivados no Estado. A produção agrícola é significativa em grande parte dos 147 municípios gaúchos afetados, e medidas de apoio anunciadas pelos governos estadual e federal estão sendo implementadas para minimizar os prejuízos, que ainda estão sendo avaliados. A expectativa é de que os problemas possam se agravar nos próximos dias, uma vez que há previsão de chuvas mais intensas na região sul até terça-feira e, posteriormente, chuvas generalizadas a partir de quarta-feira.
No que diz respeito à soja, que é o destaque da agricultura gaúcha, a colheita da safra 2023/24 avançou nas últimas semanas e atingiu 76% de uma área total estimada em 6,7 milhões de hectares, de acordo com dados da Emater/RS-Ascar. No entanto, a região sul e centro-oeste do Estado apresentam índices menores de colheita, e em geral, a colheita de milho foi deixada em segundo plano. Antes das chuvas, a produção de soja estava projetada em 22,2 milhões de toneladas, representando um aumento de mais de 71% em relação ao ciclo anterior, que foi prejudicado pela estiagem causada pelo fenômeno La Niña.
Os produtores tiveram que adotar estratégias para colher o máximo de grãos possível antes das novas precipitações, priorizando áreas de maior produtividade, contratando serviços adicionais, aumentando a logística de colheita e transporte, e realizando as operações mesmo em condições desfavoráveis. A Emater/RS-Ascar mantém, por enquanto, a estimativa de produtividade média de 3.329 quilos por hectare para as lavouras, mas não descarta possíveis revisões.
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Quanto ao arroz, as chuvas também impactaram o ritmo da colheita, que está sendo realizada com umidade excessiva, porém ainda dentro de uma faixa tolerável. A área plantada no Rio Grande do Sul é estimada em pouco mais de 900 mil hectares, e a colheita deve alcançar 7,5 milhões de toneladas, conforme previsão da Emater. A produtividade média estadual (8.325 quilos por hectare) ainda está sendo mantida, assim como no caso da soja.
As fortes chuvas, além de afetar as colheitas dos principais grãos, também estão causando danos consideráveis aos produtores de hortaliças como rúcula, alface, repolho, cenoura e beterraba, a maioria dos quais são de pequeno porte.
Diante desse cenário desafiador, o Banco do Brasil, líder no segmento de crédito rural no país, anunciou a prorrogação dos prazos de pagamento para os produtores dos municípios afetados, além de um tratamento especial para acionamento de seguros e do Proagro, Programa de Garantia da Atividade Agropecuária do governo federal. Até o momento, mais de 20 pessoas perderam a vida no Rio Grande do Sul em decorrência das chuvas.