O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) atingiu 119,1 pontos em abril, representando um aumento de 0,3% em relação a março, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (3). O avanço foi atribuído aos aumentos nos subíndices de carne, óleos vegetais e cereais, que compensaram ligeiramente os recuos de produtos lácteos e açúcar.
Apesar de registrar a segunda alta mensal consecutiva, o índice apresentou uma queda de 9,6 pontos (7,4%) em comparação com o valor registrado em abril de 2023.
O subíndice de preços dos Cereais registrou uma média de 111,2 pontos em abril, representando um aumento de 0,3% em relação a março, mas uma queda de 18,3% em relação a abril de 2023. Os preços de exportação de trigo se estabilizaram após três meses de queda.
Segundo a FAO, o impulso com as condições desfavoráveis de cultivo na União Europeia, na Rússia e nos EUA foi contrabalançado pela forte concorrência entre os principais exportadores. Os preços de exportação do milho subiram devido à alta demanda em meio a perturbações logísticas com danos à infraestrutura na Ucrânia e às perspectivas de produção reduzida no Brasil antes do início da safra principal. Por outro lado, os preços do arroz caíram 1,8%.
Em relação aos Óleos Vegetais, o subíndice de preços teve uma média de 130,9 pontos em abril, representando um aumento de 0,3% em relação a março e alcançando o maior valor em 13 meses. Os preços do óleo de palma caíram devido à oferta sazonalmente maior nos principais produtores e à demanda global reprimida. Já os preços do óleo de soja caíram refletindo as perspectivas de ofertas abundantes da América do Sul. Em contraste, os preços do óleo de girassol e de colza continuaram em alta, com compras globais firmes contínuas e preocupações com as condições climáticas desfavoráveis para a colza de inverno em partes da Europa.
No que diz respeito às Carnes, o subíndice de preços da Carne da FAO atingiu uma média de 116,3 pontos em abril, representando um aumento mensal de 1,6% e o terceiro avanço seguido. A média ficou 0,4% abaixo de 2023. Os preços da carne de aves subiram com compras estáveis de países do Oriente Médio, mesmo com desafios relacionados a surtos de gripe aviária. Os preços da carne bovina aumentaram devido à alta demanda dos principais importadores. Já os preços da carne ovina tiveram um ligeiro avanço, com a perspectiva de recuo na oferta da Oceania. Contudo, os preços da carne suína caíram, com a fraca demanda na Europa Ocidental e a demanda “persistentemente insatisfatória” dos principais importadores, especialmente da China.
O relatório também apontou que o subíndice de preços de Lácteos teve uma média de 123,7 pontos em abril, representando uma queda de 0,3% em relação a março, após seis meses de altas. Ainda assim, permaneceu 5,5 pontos (4,3%) abaixo de um ano antes. De acordo com a FAO, os preços do leite em pó desnatado registraram a maior queda, com demanda lenta e oferta robusta. Os preços do queijo caíram ligeiramente, refletindo o dólar em alta. Por outro lado, os preços da manteiga continuaram a subir, com a demanda constante e os estoques mais apertados. Já os preços do leite em pó integral se recuperaram moderadamente, com o aumento da demanda e a redução sazonal da produção de leite na Oceania.
Em relação ao Açúcar, o subíndice de preços atingiu uma média de 127,5 pontos em abril, representando uma queda de 5,9 pontos (4,4%) em relação a março, a segunda baixa seguida e 21,9 pontos (14,7%) abaixo de 2023. A FAO atribuiu o recuo à melhoria nas perspectivas de oferta global, especialmente devido a produções maiores do que o antecipado na Índia e na Tailândia. Além disso, chuvas favoráveis no Brasil após um período prolongado de tempo seco aliviaram as preocupações sobre a colheita. O recuo do real em relação ao dólar também contribuiu para a redução dos preços. Entretanto, os preços mais altos do petróleo e os preços do etanol no Brasil contiveram a queda.