Haddad discutirá com papa taxação de super-ricos

Por Redação
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está buscando apoio para a proposta de taxar os super-ricos. Nesta terça-feira (4), o ministro chegou a Roma, onde irá se encontrar com o papa Francisco para discutir a proposta apresentada pelo Brasil, que atualmente preside o G20 (grupo das 19 maiores economias do mundo, mais União Europeia e União Africana) em fevereiro.

Haddad embarcou para a capital italiana na noite de segunda-feira (3) e retornará ao Brasil na quarta-feira (5), chegando a São Paulo na quinta-feira (6). Além da reunião com o papa Francisco, ele participará da conferência Enfrentando a Crise da Dívida no Sul Global, co-organizada pela Universidade de Columbia e pela Pontifícia Academia de Ciências Sociais, vinculada ao Vaticano.

Durante a audiência com o papa, Haddad apresentará os avanços da presidência brasileira do G20, destacando a proposta de taxação de grandes fortunas, a luta contra a crise climática, a tragédia climática no Rio Grande do Sul e a crise da dívida nos países do sul global. O ministro também planeja discutir uma posição coordenada entre o Brasil e o Vaticano em relação à Cúpula do G7, que acontecerá em Fasano, na Itália, de 13 a 15 de junho. O horário da reunião não foi divulgado.

A taxação de até 2% dos rendimentos das maiores fortunas do planeta é vista como uma oportunidade para reduzir a desigualdade social e combater os efeitos das mudanças climáticas. Recentemente, Haddad afirmou que a proposta está recebendo adesão de diversos países e pode ser incluída como recomendação nas reformas propostas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Na embaixada brasileira em Roma, Haddad terá uma reunião bilateral com o ministro da Economia da Espanha, Carlos Cuerpo. No encontro, que está marcado para as 17h desta terça-feira (12h em Brasília), os dois discutirão oportunidades de cooperação em áreas de interesse mútuo. A Espanha apoia a proposta de taxação dos super-ricos, assim como França, Bélgica, Colômbia e União Africana. Os Estados Unidos, no entanto, reconhecem a necessidade de alguma medida de redução da desigualdade global, mas até agora rejeitam a proposta.

Na conferência sobre a crise da dívida em países pobres, Haddad enfatizará o compromisso do Brasil em buscar soluções para os desafios econômicos enfrentados por países em desenvolvimento. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), dos 68 países de menor renda, nove não conseguem pagar a dívida externa e 51 correm risco moderado ou alto de entrar em moratória.

De acordo com a Organização das Nações Unidas, 19 países em desenvolvimento gastam mais em juros da dívida pública do que com educação e 45 gastam mais do que com saúde. Segundo a Pontifícia Academia de Ciências Sociais, o problema se agravou após a pandemia de covid-19.

Com informações da Agencia Brasil

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