Categories: Economia

Empresas adotam bioeconomia para crescimento sustentável

Bioeconomia na Amazônia: Empreendedorismo e Conservação

A bioeconomia, um modelo econômico que tem como princípio a geração de produtos e serviços aliados à conservação e regeneração da biodiversidade, vem ganhando cada vez mais espaço nos debates sobre soluções para o desenvolvimento social, econômico e ambiental. No estado do Pará, empreendedores como Ingrid Teles e Noanny Maia estão utilizando esse modelo para criar negócios sustentáveis e inovadores.

Ingrid Teles, por exemplo, observou o grande volume de sementes de açaí descartadas diariamente pelos comércios na produção da polpa de açaí e enxergou uma oportunidade de negócio. Em 2017, iniciou uma pesquisa que resultou, em 2022, na criação de uma empresa de cosméticos que utiliza essas sementes na produção de sabonetes, seguindo uma estrutura de bioeconomia circular.

A região do Pará é conhecida como o maior produtor nacional de açaí, sendo responsável por 93,87% da produção brasileira. No entanto, apenas 26,5% do fruto é comestível, gerando um grande volume de resíduos. Além do açaí, o cacau também é um produto abundante na região e vem sendo beneficiado por empreendimentos liderados por mulheres, como o de Noanny Maia, que retomou um negócio familiar de produção de cacau em Mocajuba.

Esses empreendimentos demonstram o potencial da bioeconomia na região amazônica, que possui um conhecimento ancestral sobre o manejo dos recursos naturais. O governo brasileiro tem demonstrado interesse em fortalecer políticas públicas que favoreçam esse modelo econômico, como a Estratégia Nacional de Bioeconomia lançada recentemente.

Com projeções de um mercado que pode atingir US$ 8,1 bilhões ao ano até 2050, a bioeconomia na Amazônia cresce principalmente entre os micros e pequenos empreendedores. O fortalecimento desse cenário é resultado do trabalho de instituições como o Sebrae, que tem estabelecido polos de bioeconomia e redes de integração entre os atores do setor.

Até a 30ª Conferência do Clima da ONU, em 2025, em Belém, o objetivo é que a bioeconomia na região traduza um sistema econômico fortalecido pelo desenvolvimento social e pela conservação da floresta. A Amazônia tem o potencial de se tornar uma referência mundial nesse modelo econômico, agregando valor aos recursos naturais e mantendo a floresta preservada.

Com informações da Agencia Brasil

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