A implementação da Agenda 2030, que estabeleceu 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em 2015, foi impactada pelos efeitos econômicos da pandemia da covid-19, de acordo com uma pesquisa conduzida pelo Instituto René Rachou, unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Belo Horizonte.
Os pesquisadores do estudo analisaram a evolução de 43 indicadores relacionados às metas de saúde ligadas aos ODS, utilizando dados de 185 países. Foi feita uma projeção do desempenho de cada país entre 2021 e 2030, considerando as previsões de crescimento econômico pré e pós-pandemia. Os resultados revelaram uma disparidade nos impactos.
Segundo a Fiocruz, os países com renda mais baixa podem enfrentar um retrocesso de 16% em todos os indicadores avaliados, um declínio mais acentuado em comparação com os países de renda elevada, que podem ter uma redução de 3%. Os impactos econômicos da pandemia aprofundam as desigualdades, uma vez que as nações com economias mais fortes tendem a se recuperar mais rapidamente e se reestruturar em menos tempo.
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A pesquisa foi publicada como um artigo científico na revista Plos One, editada pela Public Library of Science (Plos), que apoia publicações com conteúdo aberto. A metodologia utilizada incluiu um modelo econométrico que considerou o Produto Interno Bruto per capita (PIB per capta), o índice de Gini e os investimentos em saúde de cada país.
Os resultados indicaram que as medidas relacionadas a doenças infecciosas estão entre as mais afetadas, com previsão de desaceleração na implementação em todos os grupos de países, especialmente nos de baixa renda. A desigualdade de renda mostrou forte associação com diversos indicadores de saúde, evidenciando que quanto maior a disparidade, pior o desempenho.
Os pesquisadores destacaram a importância da cooperação global para apoiar os sistemas de saúde nos países de baixa renda, visando garantir um progresso equitativo e um futuro mais saudável para todos.
Com informações da Agencia Brasil