Especialista dá dicas de finanças em tempos de juros altos

Por Redação
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Em um cenário marcado por juros elevados, a atenção às finanças pessoais se torna crucial para evitar o endividamento excessivo e, ao mesmo tempo, para aproveitar a oportunidade de fazer o dinheiro render. A recente alta do dólar, juntamente com as incertezas em relação à inflação e à economia mundial, levou o Banco Central (BC) a elevar novamente a taxa de juros ao final de janeiro. O Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic em 1 ponto percentual, agora fixada em 13,25% ao ano.

Com o objetivo de auxiliar a população nesse contexto desafiador, a educadora financeira e CEO da UjamaaTech, Dina Prates, compartilhou uma série de orientações práticas. As recomendações são direcionadas a três perfis: aqueles que estão endividados, aqueles que não estão endividados, mas necessitam de recursos, e aqueles que possuem alguma quantia disponível para investir.

Agência Brasil: Em tempos de juros elevados, quais são as orientações para quem está endividado, especialmente no que se refere ao uso do cartão de crédito? Qual a melhor estratégia para reduzir ou eliminar essa dívida?
Dina Prates: É essencial que as pessoas abordem suas dívidas com cautela em um cenário de altas taxas de juros. Dependendo da natureza da dívida, os montantes podem crescer significativamente, resultando em parcelas que comprometem a capacidade de pagamento e, consequentemente, a saúde financeira a longo prazo, podendo levar até à inadimplência em outras contas. Para as dívidas de cartão de crédito, evitar o pagamento do valor mínimo mensal ou aceitar parcelamentos automáticos é fundamental. Essa prática pode gerar um aumento considerável da fatura, uma vez que os juros do crédito rotativo são elevados e afetam o total da fatura mensal.

A melhor abordagem é analisar detalhadamente o orçamento, compreendendo a real capacidade de pagamento nos meses seguintes e buscar uma negociação que se encaixe nas possibilidades financeiras. Para mitigar os custos com juros, é possível negociar um pagamento inicial e parcelar o restante. Entretanto, é importante estar atento ao próprio limite financeiro, visto que o parcelamento pode ter custos elevados. Alternativamente, trocar uma dívida cara por uma mais barata, como um empréstimo pessoal para quitar a fatura do cartão, pode ser uma solução vantajosa, pois permite o pagamento de parcelas com juros menores.

Agência Brasil: Para quem não está endividado, mas precisa de dinheiro, qual seria a alternativa mais viável para um empréstimo?
Dina Prates: Para quem busca um empréstimo, as melhores opções costumam ser aquelas que oferecem garantias. Por exemplo, servidores públicos, aposentados e pensionistas podem acessar linhas de crédito com juros mais baixos por meio do crédito consignado, que é descontado diretamente da folha de pagamento. Se a pessoa possui um imóvel ou outro bem como garantia, essa opção geralmente resulta em taxas de juros mais favoráveis e uma liberação de crédito mais rápida.

Para aqueles que não têm garantias, diversas fintechs no mercado oferecem diferentes opções de crédito. Contudo, é fundamental que o consumidor fique atento às taxas de juros. O site do Banco Central é uma ferramenta útil para verificar a média de juros praticados por outras instituições, ajudando a avaliar se a proposta é realmente vantajosa. Sempre é recomendável realizar uma pesquisa em mais de uma instituição financeira para comparar as taxas e as linhas de crédito disponíveis.

Agência Brasil: E para quem possui algum dinheiro sobrando, qual a melhor alternativa de investimento para maximizar os ganhos com os juros atuais?
Dina Prates: Para aqueles que têm capital disponível, buscar investimentos em renda fixa representa uma das melhores alternativas atualmente. O aumento da taxa de juros impacta diretamente a rentabilidade desses investimentos, como o Tesouro Direto, CDBs e LCIs, que tendem a oferecer retornos mais altos com o aumento da Selic. Entretanto, é imprescindível que cada investidor conheça seu perfil e seu nível de tolerância ao risco antes de iniciar qualquer investimento. A renda fixa, em particular, se destaca como uma excelente opção para quem deseja ver seu dinheiro render em um cenário de juros elevados.

Para iniciantes no mundo dos investimentos, recomenda-se começar com quantias menores e optar por opções que ofereçam retornos financeiros estimados, como as da renda fixa.

Com informações da Agencia Brasil

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