Tarifaço vs. DeepSeek: O Futuro Econômico da China em Debate

Por Redação
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A Dualidade Econômica da China: Tarifas e Inovação Tecnológica em Tempos de Tensão

A economia da China enfrenta um momento de incertezas, em que os efeitos das tarifas impostas pelo governo de Donald Trump se somam aos avanços em inteligência artificial e inovação tecnológica. Um relatório do banco Morgan Stanley destaca essa dualidade, questionando qual dessas forças terá mais impacto no futuro econômico do país.

Recentemente, o governo dos Estados Unidos implementou tarifas de 10% sobre todos os produtos importados da China, uma medida que reacendeu as tensões comerciais entre as duas potências. Essa ação gerou alarmes nos mercados, levando analistas a rebaixarem suas previsões de crescimento do PIB nominal da China para menos de 4% no segundo trimestre de 2024. A incerteza sobre a possibilidade de suspensão ou retirada das tarifas, em meio a negociações sobre a questão da fentanila — um opioide que tem causado uma crise de overdose nos EUA — contribui para um cenário econômico nebuloso.

A resposta da China foi imediata, com a imposição de tarifas adicionais sobre produtos americanos, como gás natural liquefeito e maquinário agrícola. Além disso, a China lançou uma investigação antimonopólio contra o Google e aplicou um imposto de 10% sobre caminhões elétricos dos EUA, levantando preocupações sobre as vendas de produtos como o Cybertruck de Elon Musk.

Entretanto, em meio a esse clima de incerteza, a inovação tecnológica se destaca como um ponto positivo para a economia chinesa. O surgimento do DeepSeek, uma startup de inteligência artificial que oferece soluções a um custo significativamente menor que as de gigantes como a Nvidia, provocou uma queda drástica no valor das ações da empresa americana, destacando a crescente competitividade da China no setor de tecnologia. Os analistas do Morgan Stanley observam que a commoditização dos Modelos de Linguagem de Grande Escala (LLMs) pode dar origem a uma nova onda de crescimento econômico, impulsionada pela eficiência.

Além disso, o feriado do Ano-Novo Chinês trouxe um aumento nas viagens domésticas e nas receitas de bilheteiras, sinalizando uma recuperação em certos setores da economia, apesar das dificuldades persistentes no mercado imobiliário e no consumo. Porém, as vendas de imóveis continuam a cair, e segmentos como lojas duty-free e alimentos ainda não apresentam um desempenho satisfatório, indicando que o ciclo deflacionário enfrenta desafios.

A situação é ainda mais complicada com as recentes declarações de Trump sobre a imposição de tarifas recíprocas, que podem agravar as tensões comerciais. Os analistas acreditam que os EUA manterão suas ações protecionistas, o que representa um obstáculo significativo para a economia chinesa.

Assim, a economia da China se apresenta como um complexo de forças opostas: a inovação tecnológica, que promete impulsionar o crescimento, e as tensões comerciais, que ameaçam desacelerar a economia. O futuro econômico da China dependerá da capacidade de navegar por essas águas turbulentas e encontrar um equilíbrio entre inovação e estabilidade.

Com informações do InfoMoney

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