Criptogate em Argentina: Impactos de Milei nos Mercados Financeiros

Por Redação
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Escândalo da Criptomoeda $LIBRA e Seus Efeitos na Política Argentina: Análise do Bradesco BBI

O recente escândalo político envolvendo a criptomoeda $LIBRA e o presidente da Argentina, Javier Milei, gerou uma onda de especulações sobre seu impacto no mercado e na administração do governo. O Bradesco BBI, um dos principais bancos de investimento do Brasil, consultou o analista político Ignacio Labaqui para entender melhor as possíveis repercussões desse evento.

Labaqui destaca que, apesar da intensa cobertura midiática sobre o que já é chamado de "criptogate", é improvável que isso afete a aprovação do governo Milei. O analista argumenta que a população argentina, ainda pouco familiarizada com criptomoedas, pode não se sentir diretamente impactada pela crise. Além disso, a recuperação econômica e a queda da inflação têm contribuído para uma percepção mais positiva do governo. Contudo, ele alerta que o escândalo pode criar dificuldades na dinâmica legislativa, possivelmente atrasando propostas importantes e fazendo com que a administração perca o controle sobre a agenda pública.

Em relação a um possível impeachment de Milei, Labaqui acredita que os opositores, especialmente os peronistas, enfrentariam grandes dificuldades em reunir o quórum necessário para tal medida, dado o alto índice de aprovação do presidente e o apoio legislativo que ele detém. As eleições legislativas de meio de mandato, marcadas para 26 de outubro, poderão ser decisivas, pois afetarão metade da Câmara Baixa e um terço do Senado.

O analista também aborda a questão do sistema de eleições primárias na Argentina, o PASO, que pode sofrer atrasos devido ao escândalo. A introdução de um novo método de cédula única de papel pode favorecer a administração, especialmente em um cenário que contempla potenciais alianças entre o partido PRO (Proposta Republicana) e LLA (La Libertad Avanza).

A análise de Labaqui vai ao encontro da visão otimista do Bradesco BBI em relação ao mercado de capitais argentino. O banco acredita que, apesar do "criptogate", não haverá impactos significativos na popularidade de Milei e que a recuperação econômica continuará. O relatório do Bradesco ressalta que os ajustes macroeconômicos em curso, como o superávit fiscal e o crescente superávit comercial, principalmente devido ao petróleo de Vaca Muerta, permanecerão intactos.

Por fim, o Bradesco BBI destaca a confiança no governo de Milei como um elemento crucial para sua perspectiva otimista sobre a Argentina. Embora o momento atual possa sugerir uma estratégia de "buy the dip" (comprar após uma queda significativa), o banco prefere aguardar os resultados das próximas pesquisas de aprovação do presidente antes de tomar decisões de investimento. Em termos de setores menos expostos ao ruído gerado pelo escândalo, o analista aponta as empresas de petróleo e gás, como YPF, Vista, Pampa e Geopark, como opções promissoras para uma abordagem de "comprar na baixa".

Assim, a situação política e econômica da Argentina continua a evoluir, e a atenção do mercado se volta para como o governo de Milei navegará por essas águas turbulentas em meio a um cenário de incertezas.

Com informações do InfoMoney

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