PNAD Indica Desaceleração da Economia, Alertam Especialistas

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Desaceleração econômica no Brasil: análise da taxa de desemprego e do mercado de trabalho

Recentemente, o IBGE divulgou dados que revelam um aumento na taxa de desemprego no Brasil, que alcançou 6,5% no trimestre encerrado em janeiro de 2024, em comparação aos 6,2% do quarto trimestre de 2023. Apesar do crescimento, analistas e economistas apontam que os números estão dentro das expectativas do mercado, sinalizando que a desaceleração da economia do país será gradual.

A PNAD, pesquisa que acompanha o mercado de trabalho, também trouxe informações relevantes. A criação de 137.303 vagas formais em janeiro foi um dado positivo, destacando o setor privado, que viu um aumento de 0,3% no número de trabalhadores com contrato formal em relação ao mês anterior e uma impressionante alta de 3,6% na comparação anual. Contudo, a taxa de participação da força de trabalho caiu para 62,3%, ainda abaixo dos níveis pré-pandemia, que giravam em torno de 63,5%.

A análise da XP ressaltou que, embora a taxa de desocupação tenha se mantido estável em 6,5% desde outubro de 2023, as sinalizações de perda de impulso no emprego total são preocupantes. O emprego total caiu apenas 0,2% em relação ao mês anterior, mas cresceu 2,4% em comparação ao mesmo mês do ano anterior, resultando em um ganho acumulado de 2,8% em 12 meses. Para André Valério, economista do Inter, a geração de emprego parece menos robusta do que nos períodos anteriores, e o setor informal continua sendo um ponto de atenção.

Por outro lado, as expectativas de crescimento econômico permanecem moderadas. A projeção do PIB para 2025 é de 2,0%, após uma expansão de 3,5% em 2024, com a taxa de desemprego prevista para encerrar o ano em 7,2%. Leonardo Costa, economista do ASA, observa que a recente PNAD sugere uma estabilidade no mercado de trabalho, embora a população ocupada não tenha crescido, indicando uma desaceleração gradual da atividade econômica.

A pressão sobre os serviços continua a ser um tema central nas discussões econômicas. Claudia Moreno, economista do C6 Bank, destaca que, apesar de uma taxa de desemprego aparentemente mais forte, a composição do mercado de trabalho está se deteriorando. A renda real habitual cresceu 3,7% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, enquanto a massa de renda habitual aumentou 6,2%, impulsionada por salários crescentes e maior nível de ocupação.

Com a perspectiva de que o Banco Central mantenha a Selic elevada para controlar a inflação, especialmente a de serviços, o cenário econômico se mostra complexo. Rafael Perez, economista da Suno Research, aponta que a economia brasileira opera abaixo do pleno emprego, o que gera desequilíbrios que podem pressionar os preços ao longo do ano.

Em suma, enquanto o Brasil enfrenta desafios econômicos, os dados do mercado de trabalho indicam uma resiliência que poderá suavizar o impacto da desaceleração. Contudo, os sinais de fragilidade, principalmente no setor informal e na participação da força de trabalho, exigem atenção contínua para que as políticas econômicas possam ser ajustadas em tempo hábil.

Com informações do InfoMoney

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