Lula não vê problemas em contatar Trump sobre tarifas comerciais

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Lula Propõe Diálogo com Trump para Evitar Tarifas Comerciais

SÃO PAULO (Reuters) – Em uma declaração durante sua viagem oficial ao Vietnã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou sua disposição para dialogar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em busca de um acordo que evite a imposição de tarifas comerciais entre os dois países. A conversa surge em um momento crítico, com a entrada em vigor de novas taxas norte-americanas programadas para o próximo dia 2.

Lula enfatizou a importância do diálogo, afirmando: “Na hora que eu sentir necessidade de conversar com o presidente Trump, eu não terei nenhum problema de ligar para ele. Não é porque nós temos divergências ideológicas que dois presidentes não podem conversar.” Essa postura de abertura ao diálogo reflete a intenção do Brasil de buscar soluções pacíficas e construtivas, ao invés de entrar em um embate comercial.

O presidente brasileiro anunciou que o país está se preparando para recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas impostas pelos EUA e cogitou a possibilidade de implementar tarifas recíprocas, caso as negociações não avancem. Em suas declarações, Lula destacou a importância de encontrar um caminho para o livre comércio, mencionando encontros prévios entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o vice-presidente Geraldo Alckmin com representantes do comércio norte-americano.

Em um contexto mais amplo, as tensões comerciais se intensificaram com a recente decisão de Trump de impor uma taxa de 25% sobre automóveis fabricados fora dos Estados Unidos, além das tarifas já aplicadas ao aço e alumínio brasileiros. Lula alertou que os EUA devem considerar as repercussões de suas ações unilaterais, pois “não estão sozinhos no planeta Terra”. Essa afirmação ressalta a interconexão do comércio global e a necessidade de um diálogo construtivo entre nações.

Durante sua visita ao Vietnã, Lula também discutiu a abertura do mercado vietnamita para a carne brasileira e o potencial de um comércio bilateral que alcance US$15 bilhões até 2030. Essa meta ambiciosa, que segue um fluxo significativo de comércio de mais de US$7 bilhões em 2024, demonstra a intenção do Brasil de estreitar laços comerciais com a região asiática.

Além disso, Lula mencionou a possibilidade de vendas de aeronaves da Embraer para o Vietnã, afirmando que estão em discussão a venda de até 50 aviões. A companhia brasileira está atualmente em negociações com a Vietnam Airlines para uma possível venda de dez jatos E190. Essa iniciativa, juntamente com os planos da JBS de estabelecer uma fábrica de processamento de carne no Vietnã, sinaliza um movimento estratégico do Brasil para ampliar sua influência econômica na Ásia.

A viagem de Lula ao Vietnã culmina em um convite para que o país participe da cúpula dos Brics este ano, reforçando a importância das relações internacionais e a busca por novos mercados. Com essa postura proativa e diplomática, Lula demonstra sua determinação em fortalecer a posição do Brasil no cenário global, buscando alternativas para enfrentar os desafios impostos por tarifas e barreiras comerciais.

Com informações do InfoMoney

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