Brasil enfrenta crescimento modesto de 2,2% em 2025, aponta ONU

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Título: A Guerra Comercial de Trump e seu Impacto na Economia Global e no Brasil

A guerra comercial iniciada por Donald Trump continua a reverberar nas economias mundiais, com sinais preocupantes de recessão à vista. Em um relatório divulgado no dia 16 de janeiro de 2025, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) projetou uma desaceleração do crescimento global, prevendo uma taxa de apenas 2,3% para o ano de 2025. Este número está abaixo da marca de 2,5%, considerada como o limite técnico que indica uma potencial recessão global.

A UNCTAD ressalta que o ambiente de fragmentação econômica e instabilidade financeira é um dos principais responsáveis pela pressão descendente sobre a economia mundial. A incerteza econômica, exacerbada pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos sob a administração de Trump, tem impactado negativamente o comércio internacional, especialmente em países em desenvolvimento, como o Brasil.

No contexto brasileiro, a expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça apenas 2,2% em 2025, uma queda significativa em relação aos 3,4% registrados no ano anterior. O Brasil enfrenta um cenário complicado, caracterizado por juros altos, uma moeda americana volátil e uma diminuição no fluxo de capitais para mercados emergentes. Além disso, a demanda externa tem enfraquecido, enquanto as tarifas comerciais impostas pelos EUA afetam as cadeias produtivas globais que o Brasil integra.

A UNCTAD também destaca que, no final de 2024, houve um impulso temporário nas compras, à medida que empresas se preparavam para as novas tarifas. Contudo, esse dinamismo não se sustentou, levando a um aumento no chamado "índice do medo" nos mercados financeiros, que sugere um cenário de estagflação, caracterizado por crescimento baixo e pressão inflacionária.

Diante desse quadro desalentador, a entidade recomenda a busca por maior integração comercial regional e o fortalecimento de acordos entre países do Sul como estratégias para mitigar os efeitos de choques externos. Para o Brasil, isso implica em ampliar parcerias na América Latina e na Ásia, diversificando mercados e fontes de financiamento.

Em uma sincronia preocupante, o relatório da UNCTAD foi publicado no mesmo dia em que a Organização Mundial do Comércio (OMC) anunciou uma revisão negativa em suas previsões para o comércio global de mercadorias, passando a prever uma queda de 0,2% para o ano, em contraste com a expectativa anterior de um crescimento de 3,0%. A OMC também alertou que as novas tarifas dos Estados Unidos, juntamente com seus efeitos colaterais, podem resultar na maior queda do comércio global desde o auge da pandemia de Covid-19.

Assim, a intersecção entre a política comercial de Trump e as realidades econômicas atuais apresenta desafios significativos não apenas para os Estados Unidos, mas também para países como o Brasil, que dependem do comércio internacional para sustentar seu crescimento econômico. A busca por soluções alternativas e a adaptação a esse novo cenário se tornam imperativas para a manutenção da estabilidade econômica e do desenvolvimento no futuro próximo.

Com informações do InfoMoney

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