A receita mais procurada para a ceia de Natal deste ano é a combinação perfeita entre economia e uma mesa alegre e farta. Os ingredientes essenciais são a comparação de preços e o equilíbrio das despesas.
A farmacêutica Marcia Neri, de 50 anos, passeou bastante com o carrinho vazio num supermercado da Tijuca, antes de decidir o que levar: “Estou buscando promoções, mas algumas coisas não podem faltar, como peru, castanha e bacalhau. Afinal, a família é portuguesa”.
O economista do Ibre/FGV André Braz fez um levantamento justamente com os dez produtos mais consumidos no Natal. Em geral, os itens típicos estão 6,77% mais caros do que em 2015, percentual próximo da inflação ao consumidor medida pelo IPC-10/FGV, que subiu 6,44% em 2016.
Frutas cristalizadas e tender são os itens com maiores altas, já o pernil e o bacalhau estão mais acessíveis. Lourdes da Silva Flora, de 42 anos, percebeu a diferença e pensa em trocar o peru pelo pernil na ceia deste ano: “Na crise, pesquisar se tornou ainda mais indispensável. Somos quatro famílias que vamos passar Natal e Ano Novo. Duas famílias vão organizar e pagar pela primeira ceia, e as outras, a segunda”.
No carrinho da auxiliar de enfermagem, os itens mais famosos começam a dar espaço a similares, mas de fabricantes menos conhecidos, como a ave natalina da marca própria do mercado que frequenta. Essa é a também a dica do economista André Braz: “Um levantamento mostra que é possível economizar até 50% ao usar marcas que investem menos em propaganda, mas que são boas”.
Gerente do hipermercado Extra Maracanã, Ednaldo Sousa percebe essa mudança no comportamento: “O consumidor não deixa de fazer as compras, mas pesquisa mais e troca de marca. Os vinhos mais baratos, de cerca de R$ 14, agora são mais procurados, em vez dos que custam mais de R$ 30”.
O educador financeiro Waldyr Souza, do Instituto DSOP, alerta que o primeiro passo para gastar menos é verificar o número de convidados para a ceia do dia 24 e o almoço de Natal:
“Assim a mesa pode ser farta, mas não vai virar um festival de desperdício e sobras. É importante sempre dividir as despesas com quem vai participar. Cada um leva uma receita”.
O especialista em finanças Alexandre Prado recomenda que se use a criatividade para substituir ingredientes:
“Em vez de frutas cristalizadas, castanhas e avelãs, ficam igualmente saborosos os amendoins, castanha-do-Pará e uvas passas”.
De acordo com todos os especialistas, o planejamento é importante para não estourar o orçamento. A porteira Maria José Lima, de 54 anos, compra com antecedência. “Só falta escolher o bacalhau. Em cima da hora, compro apenas as frutas, que precisam ser fresquinhas”.
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