O preço do petróleo Brent alcançou nesta segunda-feira (24) seu nível mais alto desde novembro de 2014, a quase US$ 81 o barril, após a decisão da Opep e de seus sócios de não aumentar a produção apesar das pressões de Donald Trump.
A cotação do Brent do Mar do Norte para entrega em novembro subiu 2 dólares, até US$ 80,80, às 8h45 GMT (5h45 no horário de Brasília), depois de chegar pouco antes a US$ 80,94, segundo a agência France Presse. No ano, a alta acumulada é de cerca de 25%.
“Esta é a resposta do mercado de petróleo à recusa da Opep e aliados de aumentar sua produção de petróleo”, disse Carsten Fritsch, analista de commodities do Commerzbank.
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Na véspera, a Arábia Saudita, líder da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), e a Rússia descartaram a possibilidade de aumento na produção de petróleo bruto.
Apesar da elevação, o preço do barril do Brent ainda está longe de sua máxima histórica. Em julho de 2008, o barril chegou a ser negociado a US$ 145,61.
O barril do petróleo Brent chegou a US$ 80 neste mês, levando Trump a reiterar na quinta-feira (20) seu pedido para que a Opep baixasse os preços. A alta das cotações foi contida principalmente por uma queda nas exportações do Irã, membro da Opep, devido ao restabelecimento de sanções dos EUA.
“Nós protegemos os países do Oriente Médio, eles não estariam seguros por muito tempo sem nós e, ainda assim, eles continuam incentivando preços cada vez mais altos para o petróleo. Nós lembraremos disso. O monopólio da Opep deve baixar os preços agora!”, escreveu Trump em sua conta no Twitter.
O ministro da Energia saudita, Khalid al-Falih disse que a Arábia Saudita tinha capacidade para aumentar a produção de petróleo, mas que a medida não seria necessária no momento. “A minha informação é que os mercados estão sendo adequadamente abastecidos. Não sei de nenhuma refinaria no mundo que esteja precisando de petróleo e não esteja conseguindo”, afirmou.
Mercado cogita petróleo a US$ 100 em 2019
Segundo tradings de commodities, os preços do petróleo podem subir para 100 dólares o barril ao final do ano ou no início de 2019 com o impacto de sanções ao Irã.
Quase 2 milhões de barris por dia (bpd) em petróleo poderiam ser retirados do mercado como resultado das sanções dos EUA contra o Irã ao final do quarto trimestre deste ano, disse o presidente da trading de commodities Mercuria Energy Trading, Daniel Jaeggi, o que tornaria uma alta dos preços para 100 dólares o barril possível.
Washington já implementou sanções financeiras contra o Irã e pretende mirar as exportações de petróleo do país a partir de 4 de novembro, colocando pressão sobre outros países para que também cortem importações de petróleo iraniano.
Segundo Ben Lockok, co-chefe da trading de petróleo Trafigura, os preços do petróleo poderiam subir para US$ 90 dólares no Natal e para US$ 100 no Ano Novo conforme os mercados se apertarem.
Com as iminentes sanções dos EUA ao Irã, o terceiro maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o banco de investimento norte-americano JPMorgan disse em seu último boletim de perspectivas para o mercado que “um salto para os 90 dólares por barril é provável” para os preços nos próximos meses.