Presidente do Banco Central enfrenta resistência do PT em proposta de autonomia ampla da instituição
A notícia de que Roberto Campos Neto buscará avançar com a proposta de autonomia total do Banco Central gerou controvérsia com o PT. Nos bastidores do partido, a reação contrária à PEC sobre o tema resultou em críticas acaloradas de dirigentes. Eles acreditam que a iniciativa busca transferir poder do governo para o mercado.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o presidente do BC abordou a autonomia ampla da instituição. Ele também discutiu o assunto com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Um líder petista com acesso ao Palácio do Planalto afirmou à CNN que a pressão do mercado para autonomia do Banco Central visa tirar o controle da política monetária do governo federal.
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Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, criticou duramente a proposta de autonomia ampla do BC, alegando que isso submeteria o Brasil a uma ditadura monetária.
Apesar das críticas do PT, Haddad mantém diálogo com o BC e aliados esperam que ele continue ouvindo sugestões sobre o assunto. No entanto, as chances de avanço na discussão são consideradas mínimas por pessoas próximas ao ministro.
O embate atual entre Campos Neto e o PT ocorre em meio a críticas do partido à política de juros do Banco Central. Líderes petistas acusam a instituição de prejudicar a retomada do crescimento econômico, especialmente após a divulgação dos dados do PIB de 2023.
Apesar do crescimento de 2,9% em 12 meses, impulsionado pelo agronegócio, o PIB permaneceu estagnado nos últimos trimestres do ano passado..