O governo ordenou que a Petrobras cortasse a distribuição de dividendos, resultando em uma reação esperada do mercado, que iniciou um movimento de venda. Isso levou a empresa a perder 55 bilhões de reais em valor de mercado, o que representa mais de 10% do seu total.
A situação de crise ainda não foi totalmente superada. O governo se encontra em conflito interno, com os envolvidos apontando dedos e se culpando mutuamente. Alguns afirmam que ou o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, deve renunciar, ou o presidente da Petrobras, Jean-Paul Prates.
O ex-presidente Lula tem a intenção de contribuir para o crescimento do Brasil e acredita que é seu papel orientar o mercado na direção correta. Ele defende a ideia de que a Petrobras deve seguir o que ele considera melhor para o país, em vez de ceder aos interesses dos acionistas da empresa. Lula vai além, sugerindo que esta abordagem se aplicaria também a empresas privadas, como a Vale.
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No entanto, Lula está equivocado. Empresas, sejam elas estatais ou privadas, não devem agir conforme os interesses do governo ou do presidente, como em regimes ditatoriais. Em uma democracia, onde as leis societárias são claras e saudáveis, as empresas devem prestar contas aos seus conselhos de administração, que por sua vez, respondem aos acionistas.
Em uma democracia verdadeira, o mercado não precisa da “ajuda” do governo. Ele necessita de regras transparentes e justas estabelecidas pelo governo, fiscalização adequada e uma postura de não interferência. Qualquer ação diferente disso só causa empecilhos.
Não é algo novo o fato de outros governos petistas intervirem pesadamente na economia, resultando em desastres econômicos, impeachment de Dilma e prisão de Lula. No entanto, Lula/3 parece seguir o mesmo caminho, acreditando que terá um desfecho diferente. É a esperança triunfando sobre a experiência.
Quanto mais Lula critica as altas taxas de juros, mais difícil se torna reduzi-las. Sua intervenção na economia afasta os investimentos necessários para fortalecê-la. Sua tentativa de ajudar acaba por atrapalhar.
Portanto, Presidente, por favor, pare de tentar nos auxiliar.
Por Ricardo Rangel em 11/03/2024.