O relatório final sobre as irregularidades que causaram um rombo de 20 bilhões de reais nas contas da empresa Americanas será divulgado nos próximos dias pelo comitê independente de auditoria. O prazo estabelecido pela companhia era para o final de março, mas o resultado da investigação está previsto para ser revelado em 15 de março. Desde sua criação em 12 de janeiro do ano passado, o comitê enfrentou polêmicas e conflitos entre os investigadores e os investigados. Composto por renomados especialistas em direito e regulação do mercado de capitais, o comitê recebeu mais de 100 milhões de reais de financiamento da Americanas desde o início de suas atividades.
Após seis meses de investigações, a Americanas divulgou um comunicado relevante acusando sete executivos de fraude, acusação que foi reiterada pelo presidente da empresa, Leonardo Coelho Pereira, durante a CPI que investigava as irregularidades. Apesar da administração ter afirmado que o comunicado relevante levou em consideração o trabalho do comitê independente na época, bem como a contribuição de assessores legais ligados aos controladores da empresa, o colegiado reagiu à iniciativa afirmando que as investigações ainda não estavam concluídas.
Dois dos executivos acusados de participação na fraude, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes, colaboraram por meio de delação premiada no processo instaurado pelo Ministério Público Federal e contribuíram na estruturação dos balanços da empresa, divulgados em fevereiro. O banco Safra, um dos principais credores da Americanas, questionou a idoneidade das delações ao sugerir que a empresa pode ter tido acesso ilegal ao conteúdo das delações.