Ex-ministro argentino defende maior peso na relação com Brasil

Por Redação
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Javier Milei assumiu o comando da Argentina em meio a sua terceira crise em 40 anos de democracia. Com uma visão ultraliberal, o país enfrenta desafios persistentes que necessitam ser enfrentados para uma mudança de rumo efetiva.

A inflação, que ultrapassa os três dígitos, é a principal manifestação da crise argentina. Os preços dispararam, com um aumento de 276,2% nos últimos doze meses até fevereiro, impactando diretamente a população. A abundância de pesos em circulação é apontada como uma das causas desse desequilíbrio econômico, fruto dos déficits fiscais acumulados ao longo do tempo. A dívida argentina alcança US$ 366 bilhões, sendo US$ 170 bilhões em moeda estrangeira.

O economista Martín Guzmán, ex-ministro da Economia, desempenhou um papel crucial na negociação da dívida argentina com credores estrangeiros e o FMI. Apesar de evitar o default, enfrentou a explosão da inflação. Em 2022, a Argentina negociou um acordo com o FMI para quitar aproximadamente US$ 44 bilhões entre 2026 e 2034, comprometendo-se a reduzir o déficit fiscal. Contudo, diante da oposição e da escalada da inflação, Guzmán renunciou.

O governo de Milei busca implementar um plano de ajuste econômico, com desvalorização do peso e desregulamentação de preços controlados. Apesar de uma leve desaceleração da inflação em fevereiro, os níveis permanecem elevados, afetando a população e aumentando a pobreza. A Argentina ainda lidera a lista de países com a pior inflação do mundo.

Em uma entrevista exclusiva, Martín Guzmán enfatizou a importância da relação da Argentina com o Brasil, destacando a estabilidade política e econômica como elementos cruciais para a América do Sul. Ele ressaltou a interdependência entre as economias dos dois países e a necessidade de colaboração para promover o crescimento mútuo.

A cooperação econômica entre Argentina e Brasil assume um papel relevante na recuperação econômica, segundo Luis Caputo, Ministro da Economia do governo de Milei. O Brasil pode contribuir para superar a crise argentina, fortalecendo as relações bilaterais e trabalhando em políticas estáveis e duradouras para o desenvolvimento conjunto.

Para avançar, os países latino-americanos devem melhorar suas infraestruturas, combatendo a corrupção e buscando eficiência na gestão, conforme destaca Guzmán. Além disso, devem lidar com desafios globais, como as políticas industriais dos EUA e da Europa, e as relações comerciais com a China, que impactam o desenvolvimento regional. A integração e cooperação são fundamentais para superar as crises e promover um crescimento sustentável e inclusivo na região.

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