“Dado do payroll ainda forte abala confiança sobre corte de juros pelo Fed em junho”

Por Redação
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Os dados do mercado de trabalho americano em março, divulgados nesta sexta-feira (5), começaram a balançar a confiança dos economistas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) vai começar a promover cortes em suas taxas de juros na reunião de junho. Embora o crescimento salarial em 12 meses tenha abrandado, a manutenção do ritmo das contratações em níveis altos elevou a incerteza.

Segundo André Cordeiro, economista sênior do Inter, o resultado do payroll – que mostrou a criação de 303 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola em março, bem acima das 200 mil esperadas pelo mercado – aumenta a incerteza sobre os próximos passos da política monetária americana. Ele analisou que Jerome Powell, presidente do Fed, já afirmou que o comitê deseja ter maior confiança de que a inflação está consistentemente convergindo para a meta de 2%. Para isso, ele gostaria de ver a continuidade de bons dados de inflação e um mercado de trabalho menos aquecido. Até o momento, em 2024, não foram observados nem um nem outro, o que coloca em dúvida o início do ciclo de cortes na reunião de junho.

Andressa Durão, economista da ASA Investments, argumentou que o aumento do emprego com crescimento moderado dos salários ainda “conversa” com a narrativa do Fed de crescimento do emprego impulsionado pela oferta. Ela ponderou que o dado de hoje traz dúvidas sobre a sustentabilidade de um ritmo tão forte de emprego sem gerar pressões inflacionárias. Opinou que os dados de hoje não devem mudar as perspectivas para o início do ciclo de corte de juros, mas confirmam que o Fed deve agir com cautela.

Para a economista, os próximos dados de inflação, começando pelo CPI na semana que vem, serão extremamente importantes para definir este cenário. Ela estimou que o Fed corte juros a cada duas reuniões, com o primeiro corte em junho. Andre Fernandes, sócio da A7 Capital, também afirmou que suas apostas ainda se concentram em uma queda de juros em junho ou julho nos EUA, mas que os dados do PCE de março podem deixar o cenário mais claro. Afirmou que isso deve dar maiores pistas sobre o número de cortes de juros que podem ocorrer este ano.

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