A agência de classificação de riscos Fitch rebaixou sua perspectiva para a nota de crédito soberano da China para “negativa” nesta quarta-feira (10). De acordo com a Fitch, a mudança reflete os riscos crescentes para as perspectivas das finanças públicas chinesas, à medida que o país enfrenta incertezas em meio de uma transição do crescimento.
Antes da mudança, o rating de inadimplência do emissor (IDR, sigla em inglês para Issuer Default Rating) de longo prazo em moeda estrangeira estava com a perspectiva “estável”. A nota continuou em A+.
A Fitch observa que os amplos déficits fiscais e o aumento da dívida pública nos últimos anos corroeram as reservas fiscais da China. A agência acredita que é cada vez mais provável que a política fiscal desempenhe um papel importante no apoio ao crescimento nos próximos anos, o que poderá manter a dívida numa tendência ascendente constante.
Os riscos de passivos contingentes também podem estar aumentando, uma vez que o menor crescimento nominal agrava os desafios à gestão de uma elevada alavancagem em toda a economia“, destacou a Fitch.
Apesar disso, a nota ‘A+’ da China foi mantida porque está apoiada pela economia grande e diversificada, pelas perspectivas ainda sólidas de crescimento do PIB em relação aos pares, pelo papel integral no comércio global de bens, pelas finanças externas robustas e pelas reservas.
“Esses pontos fortes são equilibrados com a elevada alavancagem de toda a economia, os desafios fiscais crescentes e o rendimento per capita e as pontuações de governança inferiores às dos pares da categoria ‘A’”, ressaltou a Fitch.