O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou na noite desta segunda-feira (22) que o governo registrou seu terceiro superávit mensal consecutivo em março. Em pronunciamento à nação, o presidente disse que o excedente fiscal financeiro foi de cerca de 275 bilhões de pesos em março. No primeiro trimestre do ano, o Tesouro atingiu um superávit equivalente a 0,2% do PIB.
O presidente ratificou o ajuste que tem praticado no país e garantiu que “o plano está funcionando”.
“Ter alcançado um superávit tendo recebido um déficit consolidado de mais de 15 pontos do PIB é simplesmente um feito de proporções históricas em nível global”, disse.
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No discurso, Milei disse que o “milagre econômico” alcançado por seu governo no primeiro trimestre de 2024 respondeu “em grande medida ao que na campanha ele chamou de motosserra” – o drástico corte de despesas. Ele negou, no entanto, que o efeito do superávit seja produto de uma liquefação de renda e das aposentadorias.
“Dos 5 pontos de déficit do Tesouro que ajustámos, apenas 0,4% responde à perda de poder de compra das pensões”, disse, atribuindo a perda à “desastrosa fórmula de mobilidade de Alberto Fernández”. O restante reajuste de 4,6% “se deve inteiramente ao corte nos gastos públicos”.
O presidente classificou o resultado como “um esforço heroico” por parte da sociedade e disse que “estamos no meio do caminho”. “Pela primeira vez em muito tempo, o esforço vai valer a pena”, disse.
“Estamos tornando o impossível possível, com a maioria dos políticos, sindicatos, jornalistas e atores econômicos contra. A inflação está despencando e está abaixo do esperado todos os meses. A exigência é garantir uma ordem econômica sólida e estável. Para que os argentinos possam se associar, negociar livremente e realizar seu projeto de vida. Preços livres e sinais claros para planejar e investir. Essa é a tarefa do Estado, gerar as condições básicas”, defendeu o chefe de Estado.
No final, o presidente observou que “se o Estado não gastar mais do que arrecada e não recorrer à emissão, não há inflação”. E, aludindo a um dos slogans da campanha kirchnerista de 2015, Milei completou: “Não é mágica”.