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Campos Neto afirma que aumento de incerteza não está ligado à política monetária

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta sexta-feira (26) que a ampliação de incertezas não está diretamente relacionada à política monetária. Em um evento promovido pela Young Presidents’ Organization, ele destacou a importância de reduzir os juros com credibilidade e comunicar a capacidade de levar a inflação à meta. Campos Neto ressaltou que cortes de juros que não gerem confiança dos agentes econômicos podem atrapalhar o processo de desinflação.

“A incerteza aumentar não significa dizer, e eu já fiz uma gradação sobre isso que foi bastante reportada na mídia, não significa dizer que tem relação mecânica. Significa que tem uma preocupação que a gente achava que estava aumentando, está acontecendo, e está acontecendo mais rápido do que a gente achava”, explicou o presidente do BC.

Na última semana, Campos Neto mencionou o aumento de incertezas globais e no cenário fiscal doméstico, o que abriu a possibilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) reduzir o ritmo de cortes na Selic. As declarações do presidente do BC levaram a curva de juros futuros a precificar uma alta probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual na próxima reunião, abandonando o “forward guidance” do Copom, que indicava um corte de 0,50 ponto.

Durante o evento, Campos Neto destacou que a atenção está voltada para os Estados Unidos, com a percepção de que os juros por lá permanecerão mais altos por mais tempo, o que pode impactar a liquidez global. Ele ressaltou a importância de analisar dados históricos para compreender os efeitos desse cenário e avaliar possíveis desdobramentos, como a desvalorização do real e a redução do fluxo de capitais.

Ao abordar a questão fiscal, Campos Neto mencionou a necessidade de os países emergentes lidarem com juros mais altos nos EUA e destacou a importância de uma gestão fiscal responsável. Ele lembrou o afrouxamento das metas fiscais no Brasil e enfatizou a importância de perseguir o alvo para as contas públicas. O presidente do BC também reconheceu os esforços do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na questão fiscal, ressaltando as dificuldades de cortar gastos no país.

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