A falta de resposta do Governo do Estado em relação às reivindicações dos professores da Universidade Estadual da Bahia (UNEB) resultou na aprovação, pela assembleia geral da Associação dos Docentes da universidade (ADUNEB), do indicativo de greve. A deliberação, tomada na noite desta segunda-feira (10/6), fortalece a possibilidade de uma greve por tempo indeterminado, caso o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e suas representações não demonstrem disposição para uma negociação satisfatória. Esse impasse vem se arrastando desde o primeiro mês da gestão do governador, em 11 de janeiro de 2023, quando a pauta de reivindicações foi protocolada na Governadoria, SEC, SAEB e SERIN.
Conforme destacado pela Coordenação da ADUNEB, o reajuste salarial obtido este ano, de 6,97%, não contempla a data-base da categoria e não foi negociado com os sindicatos. De acordo com a categoria, esse reajuste não repõe sequer a inflação de 2023. Com as perdas inflacionárias acumuladas desde 2015, estima-se que haja uma perda salarial superior a 34%. A ADUNEB ressalta que o governo limitou-se a realizar o que chamou de “mesa de diálogo”, sem abrir efetivamente uma negociação com os professores.
Após a aprovação dos indicativos de greve nas universidades UNEB, UEFS, UESB e UESC, os sindicatos estão planejando as estratégias para o próximo período de mobilização e pressão por melhores condições salariais e de trabalho. As entidades sindicais esperam que a greve seja um instrumento de pressão eficaz para garantir avanços nas negociações e a conquista de melhores condições para os profissionais da educação.
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A ADUNEB e demais sindicatos demonstram estar unidos e determinados em suas reivindicações. A expectativa é que o governo estadual reconheça a importância dos professores universitários e esteja disposto a dialogar de forma mais efetiva, buscando solucionar os impasses de maneira satisfatória para ambas as partes. A sociedade civil também é essencial nesse processo, pois a educação de qualidade é um direito de todos e reflete diretamente no desenvolvimento social e econômico do estado.
É fundamental que haja um canal aberto e transparente de comunicação entre as partes envolvidas, de modo a construir um diálogo construtivo e buscar soluções que atendam às demandas dos professores, garantindo a qualidade do ensino superior na Bahia. A greve, embora seja uma medida extrema, é vista como um legítimo instrumento de luta em busca de melhorias e valorização dos profissionais da educação.
Nesse cenário de impasse e tensão, a esperança é que a greve possa incentivar o governo estadual a reavaliar sua postura e buscar alternativas para atender às reivindicações dos professores. A mobilização dos sindicatos e o apoio da comunidade acadêmica são essenciais para pressionar as autoridades e garantir avanços significativos nas negociações. A luta pela valorização dos professores é uma causa justa e necessária, que merece o apoio e a solidariedade de toda a sociedade baiana.