O ex-participante do Big Brother Brasil, Matteus Amaral, também conhecido como ‘Alegrete’, de 27 anos, decidiu se pronunciar sobre a acusação de fraude nas cotas raciais nesta sexta-feira, 14 de junho. Segundo uma nota divulgada pelo Instituto Federal Farroupilha, foi revelado que ele teria ingressado na faculdade em 2014 pela Lei de Cotas, ao se autodeclarar como negro. Na época, a única exigência para comprovar a etnia era uma autodeclaração.
Matteus utilizou as redes sociais para abordar a polêmica. Através dos Stories, ele escreveu: “Recentemente, surgiram informações de que, em 2014, fui inscrito no curso de Engenharia Agrícola no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha sob a modalidade de cotas para pessoas negras. Esta nota tem como objetivo esclarecer as circunstâncias dessa inscrição e expressar minha posição a respeito.”
O gaúcho afirmou que a inscrição polêmica não foi feita por ele. “A inscrição foi realizada por um terceiro, que cometeu um erro ao selecionar a modalidade de cota racial sem meu consentimento ou conhecimento prévio”, declarou Matteus Amaral.
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Ele ressaltou a importância das políticas de cotas no Brasil e expressou seu pesar pela situação. “Entendo a importância fundamental das políticas de cotas no Brasil. Por isso, lamento profundamente qualquer impressão de que eu teria buscado beneficiar-me indevidamente dessa política, o que nunca foi minha intenção,” afirmou.
Matteus encerrou seu pronunciamento reafirmando seu compromisso com a igualdade racial e social. “Reafirmo meu arrependimento por quaisquer transtornos causados e meu compromisso contínuo em ser um defensor ativo da igualdade racial e social. Agradeço a oportunidade de esclarecer este assunto e peço desculpas por qualquer mal-entendido que possa ter ocorrido,” concluiu.
O Instituto Federal confirmou que Matteus assinalou a própria etnia como “preto”.
Com a repercussão do caso, o ativista Antonio Isuperio protocolou uma denúncia no Ministério Público na última sexta-feira, acusando Matteus de falsidade ideológica. O documento solicita a prisão do ex-BBB e a investigação da instituição federal.
O finalista do BBB 24 teria fraudado o sistema de cotas raciais para ingressar no curso de Engenharia Agrícola no Instituto Federal de Farroupilha, no Rio Grande do Sul.
Segundo o Uol, o ativista apontou que Matteus ingressou na instituição de ensino se autodeclarando uma pessoa preta, e que isso configura um crime, pois sua real etnia é explícita.
"Que o indivíduo responda pelo crime de falsidade ideologia para adentrar a Universidade. A Faculdade e o Indivíduo devem ser responsabilizados. A Faculdade deve ser responsabilizada pela negligência e o indivíduo pelo crime de falsidade Ideológica. Código Penal – Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Falsidade ideológica | Art. 299 – Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular. Parágrafo único – Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.”.