O governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou, nesta quinta-feira (16/10), que os professores da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) devem ser receptivos à proposta apresentada pelo governo para encerrar a greve na universidade. O petista indicou que, ainda nesta quinta, deve ocorrer uma nova reunião para avançar sobre o tema.
Segundo ele, a Uneb foi a única das quatro universidades estaduais baianas cuja associação de docentes não aceitou a proposta de melhoria salarial. “Estou aguardando a Aduneb [Seção Sindical dos Docentes da Uneb] realizar a assembleia e dar a sua resposta. Se aceitarem a nossa proposta, faremos o pagamento imediatamente nas quatro [universidades] para realizar a recomposição”, explicou.
O governador, que é professor licenciado da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), afirmou que respeita e compreende o mecanismo constitucional que garante o direito de greve, mas destacou que “não deseja a greve”.
“Meu contracheque é de professor. Eu sei o que isso significa. Eu me comprometi na campanha a melhorar as condições, tanto dos técnicos quanto dos professores, realizando concursos e ajustes salariais”, garantiu em entrevista aos jornalistas.
DETALHES DA PROPOSTA
Na terça-feira (15/10), o Fórum das Associações Docentes (Fórum das ADs, composto pela Adusb, Adusc, Aduneb e Adufs) participou de mais uma rodada de negociações com o governo do estado. Durante a reunião, a Secretaria de Educação (SEC) apresentou dados atualizados sobre a fila de promoções nas Universidades Estaduais da Bahia.
Em resposta à pressão dos docentes, a Secretaria de Administração (Saeb) comprometeu-se a desenvolver uma metodologia para garantir o fluxo de liberação das promoções, com implementação prevista para o primeiro semestre de 2025.
No entanto, o movimento docente defende a desvinculação entre vaga e classe como forma de garantir a promoção sem retenção, em conformidade com o Estatuto do Magistério Superior. Consequentemente, o governo formalizou uma consulta à Procuradoria Geral do Estado (PGE), com previsão de retorno até o dia 18 de outubro. Representantes das quatro associações docentes e do Comando de Greve da Universidade do Estado UNEB participaram da reunião.
O governo também apresentou um panorama atualizado até outubro de 2024 sobre os pedidos de promoção retidos, informando que 402 professores aguardam na fila de promoções nas quatro universidades. “Para nós, é essencial que a fila seja zerada e que o governo leve em consideração essa projeção, ou seja, as próximas solicitações, para que o direito não seja negado e haja continuamente a garantia de que os professores que solicitarem promoções tenham o seu direito garantido”, destacou Marcelo Lins, presidente da Adusc e coordenador do Fórum das ADs.
O Fórum das ADs garantiu que todos os compromissos firmados pelos representantes do governo fossem registrados em ata. A próxima reunião para tratar das promoções está agendada para o dia 4 de novembro, às 14h, na Secretaria de Educação (SEC).