Com uma área construída de 13,46 mil m² e investimentos de cerca de R$ 35 milhões, foi inaugurada nesta sexta-feira, 28, uma nova unidade de ensino do Serviço Social da Indústria na Bahia (Sesi). Localizada no bairro do Retiro, a escola tem capacidade para atender até dois mil alunos.
Nela serão oferecidos o ensino fundamental e o médio articulado com a Educação Profissional do Senai (Ebep) para garantir formação técnica aos estudantes. No total, nesta unidade, serão ofertadas 476 vagas somente do ensino médio.
Ela foi construída no mesmo local onde antes funcionava a escola de ensino fundamental Reitor Miguel Calmon, também do Sesi. Os alunos estavam tendo aulas em um prédio próximo ao local e serão transferidos para o prédio novo a partir do próximo dia 7.
São 28 salas de aula, 18 laboratórios, incluindo os de ciências exatas e humanas, robótica, informática, língua portuguesa, artes e biologia. A infraestrutura conta ainda com refeitório e auditório. A escola do Retiro funcionará, também, como polo de ensino a distância, com capacidade para matricular mil alunos.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) e diretor regional do Sesi, Ricardo Alban, afirmou que o foco atual é implantar em todas as escolas do sistema o modelo do Ebep.
“Chamamos esse processo de redirecionamento do sistema de educação Sesi por meio das escolas Ebep, que é um conceito que precisa ser atualizado, modernizado, na busca do efetivo resultado não só da educação como da inserção do jovem no mundo do trabalho e social e ser um efeito multiplicador”, afirmou.
Há pouco mais de um mês, o governo federal anunciou uma reforma do ensino médio, por meio de medida provisória, o que gerou uma polêmica em todo o país. O foco é incentivar o ensino profissionalizante.
Para Alban, este tipo de ensino é uma “grande alternativa”. “Se você vai à Europa, uma grande parte dos alunos ainda é do ensino profissionalizante. Nós, apesar de estarmos evoluindo muito, ainda precisamos conscientizar que ele é a grande alternativa para a maior parte desses estudantes que estão formando-se, porque é óbvio que não existe mercado para tantos no nível superior”, acrescentou.
O presidente da Fieb disse, ainda, que formados no ensino técnico também são “importantes e fazem parte de um desenvolvimento econômico, industrial e social”: “O que nos falta não é só no ensino médio, não é só no ensino superior, é a garantia da qualidade. Não podemos mais viver de números estatísticos. Precisamos garantir a qualidade”.
Duas vertentes
A gerente de educação do Sesi, Clécia Lobo, reforçou que o estudante “precisa dessa educação profissional, além de estar preparado para a universidade”. “Atendemos jovens que precisam, exigem já uma formação que não só lhes dê a qualidade de inserir-se no nível superior e continuar o percurso formativo, mas também entrar no mercado de trabalho. Eles precisam das duas vertentes com qualidade na formação, que é a última etapa da educação básica. O Sesi faz isso”, disse.
Clécia ressaltou, ainda, que muitos estudantes precisam trabalhar para se manter na universidade. “Muitos estudantes têm feito as duas coisas. Trabalha em um turno e estuda em outro. A medida provisória está vindo um pouco nessa linha do que a gente já faz. O que é positivo, que, nesse momento, dá para falar, é realmente rever o currículo do ensino médio e a formação desses jovens”, disse a gerente de educação.
Vagas
A nova unidade se soma a outras oito escolas do Sesi no estado. Para 2017, sete delas (Retiro, Piatã, Luís Eduardo Magalhães, Vitória da Conquista, Ilhéus, Barreiras e Feira de Santana) ofertarão 1.681 vagas de ensino médio.
Destas, cerca de 130 são bolsas, cujo processo seletivo está aberto e as inscrições podem ser feitas pelo site da Fieb. O pré-requisito para pleitear uma bolsa é ter renda familiar abaixo de um salário mínimo e meio.
No restante das vagas, o aluno tem que desembolsar de R$ 281 a R$ 689, no caso de dependentes de trabalhadores da indústria, ou R$ 726 para os demais. As matrículas podem ser feitas diretamente nas escolas.