O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 teve abstenção de 51,5% dos candidatos inscritos, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Do total de 5.523.029 inscritos para a versão impressa do Enem, 2.842.332 faltaram às provas do primeiro dia de aplicação do certame, ocorrido no domingo (17/1).
Embora preliminar, o número aponta o maior percentual de abstenção em toda a história. O presidente do Inep, Alexandre Lopes, ressaltou que a aplicação foi “tranquila do ponto de vista da saúde sanitária” e que os candidatos que faltaram foram movidos pelo medo da pandemia e por campanhas contrárias à realização do exame. Apesar disso, ele considera a aplicação vitoriosa. No ano passado, a abstenção no primeiro dia do Enem foi 23%.
“Fico satisfeito com o que fizemos no meio de uma pandemia”, disse. “[Quero] qualificar o Enem no meio de uma pandemia como algo vitorioso para não atrasar mais a vida de milhões de estudantes”. Em 2009, o segundo ano de aplicação do Enem com a maior abstenção, a porcentagem de inscritos que não compareceram foi de 37%.
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Cerca de 2.967 candidatos não respeitaram as regras do Enem, entre elas, não cumprirem as medidas de segurança para evitar o contágio pelo novo coronavírus, como usar máscara cobrindo a boca e o nariz durante toda a aplicação, e foram eliminados.
Ao todo, 69 participantes foram afetados por questões logísticas, como emergências médicas, falta de energia elétrica, entre outros. Os dados tanto de presença, quanto das eliminações, segundo o presidente do Inep, são preliminares.
Além disso, participantes que apresentassem sintomas da Covid-19 ou de outras doenças infectocontagiosas não deveriam comparecer ao exame. Esses participantes podem acionar o Inep e solicitar a reaplicação, que será nos dias 23 e 24 de fevereiro. Até o momento, 10.171 participantes pediram reaplicação. Desse total, o Inep aceitou o pedido de 8.180 de candidatos que terão direito a reaplicação.
REAPLICAÇÃO
Alguns estudantes relataram que foram impedidos de entrar nos locais de aplicação porque as salas estavam cheias e seria preciso respeitar o distanciamento entre os participantes. Lopes assegura que a situação está sendo apurada. Esses participantes também terão direito a fazer a prova na data da reaplicação. Segundo o presidente, esses casos foram relatados em 11 locais de prova em Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Londrina (PR), Pelotas (RS), Caxias do Sul (RS) e Canoas (RS).
Os 160.548 estudantes que fariam a prova no estado do Amazonas também terão direito a participar da reaplicação, assim como os 2.863 em Rolim de Moura (RO) e 969 em Espigão D’Oeste (RO), por conta dos impactos da pandemia nessas localidades. Ao todo, segundo o ministro da Educação, foram quase 20 ações judiciais em todo o país contrárias à realização do Enem.
O Enem começou a ser aplicado no domingo (17/1) na versão impressa. Os estudantes fizeram provas de linguagens, ciências humanas e de redação. A prova segue no próximo domingo (24/1), quando serão aplicadas as provas de matemática e ciências da natureza. Este ano, o exame terá também uma versão online, que será aplicada nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.