Os alunos da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) de origem africana relataram, em entrevista exclusiva ao programa Baiana Livre desta quarta-feira (6), que estão sendo vítimas de preconceito racial no município de São Francisco do Conde. A situação ganhou repercussão após uma denúncia de um estudante angolano que foi vítima de racismo por parte de uma senhora no momento em que aguardava atendimento Hospital do município na última segunda-feira (5). “A senhora estava próxima, ouviu o sotaque do colega e perguntou se ele era angolano. E disse: ‘Vocês vieram para roubar o espaço dos brasileiros. Vamos ter sair, fazer uma marca gritando volta aos angolanos’”, contou o representante da Associação dos Estudantes e Amigos da África na Unilab, o angolano Beto Infad.
Os estudantes disseram ainda que já sofreram ameaça de algumas pessoas por achar que eles possuem dinheiro. “É uma situação triste e lamentável para os estudantes africanos que estão aqui para uma integração […] Não viemos roubar espaço de ninguém, viemos para uma integração, de relações internacionais”, ressaltou o estudante.
O caso está sendo acompanhado pelo Departamento de Promoção Étnico Racial da Prefeitura de São Francisco do Conde. “Os sanfranciscanos entendam com a sua generosidade e capacidade de compreender que eles possam abraçar esses africanos e entender que eles não estão no município para ocupar o lugar de ninguém. Muito pelo contrário, nós podemos aprender um pouco da cultura da mãe África”, afirmou o coordenador do Departamento de Promoção Étnico Racial da Prefeitura de São Francisco do Conde (Depir), Samuel Azevedo.
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De acordo com o Depir, mais de dois mil estudantes de origem africana são esperados no município em 2016 para ocupar as vagas na universidade. A Unilab foi criada em 2010 pelo governo federal, através do Ministério da Educação (MEC), com o objetivo de promover a integração entre o Brasil e os demais países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), especialmente os países africanos e o desenvolvimento regional e o intercâmbio cultural, científico e educacional.
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