O agente federal Jorge Chastalo Filho, ex-chefe do Núcleo de Operações da Polícia Federal em Curitiba, resolveu declarar seu voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O PF foi o responsável pela carceragem do período em que o petista esteve preso na capital paranaense. A informação é do colunista Thiago Herdy, do UOL.
“Diante da tragédia que estamos vivendo, eu declaro voto com todo vigor do meu peito”, declarou o agente à coluna de Lima, no Peru, onde atua como adido da corporação.
Chastalo Filho era o responsável por decidir pelo rodízio de agentes responsável pela vigilância do ex-presidente e o que era ou não era permitido na cela do petista. Esse contato com Lula, por 580 dias que esteve preso, deu início a uma relação entre os dois e o PF passou a admirar o ex-presidente por sua “força política”.
“A sensibilidade de sua preocupação com a pobreza, com a desigualdade social, com o bem-estar das pessoas, tudo isso se mostrou algo muito verdadeiro nele e foi algo que me marcou. Nunca o vi deprimido, na carceragem era um sujeito humilde e que sempre demonstrou gratidão e compaixão por quem estava ali com ele”, disse o ex-carcereiro à coluna.
De maneira oposta, Chastalo Filho disse ter “nojo” do jeito que o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL) governa e considera “abominável” o atual governo.
“Diante deste absurdo que a gente tá vivendo, de ataque à democracia, essa falta de civilidade, de desamor gigante, do ódio estimulado entre as pessoas, tenho absoluto desprezo pelo governo que está aí. Como disse um dia Ulisses Guimarães, ‘tenho nojo’. Então me sinto moralmente obrigado a me manifestar”, afirma o PF, dizendo que está disposto a “arcar com as consequências” da sua declaração.