O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição da Presidência da República, participou de sabatina, a partir das 21h30, desta sexta-feira (21), organizada por um pool de veículos da comunicação, integrado pelo Terra, SBT, CNN Brasil, Estadão/Eldorado, Veja e Nova Brasil FM.
Inicialmente, o evento seria um debate, mas Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também candidato à Presidência da República no segundo turno, informou ao pool que não participaria.
No primeiro dos três blocos, Bolsonaro foi inicialmente questionado se possui estratégia econômica, se reeleito. O candidato do PL informou que o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, permanecerá à frente da pasta, mas fez questão de frisar que no que tange às decisões da esfera econômica a última palavra será sempre do presididente da República.
Bolsonaro lembrou que Guedes enfrentou uma pandemia, a guerra da Rússia contra a Ucrânia e, mesmo assim, o governo vem concedendo o Auxílio Emergencial para 68 milhões de brasileiros carentes. Apesar das justificativas, o mandatério não conseguiu detalhar de forma específica propostas econômicas que serão adotadas num possível novo mandato.
A pergunta seguinte questionou Bolsonaro se pretende ou não apoiar o aumento no número de membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e se tem intenção de apoiar o impeachment de algum ministro no Senado. Ele admitiu já ter dado entrada em pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Morais, que não prosperou. E revelou que não irá repetir este tipo de solicitação nem deseja propor a ampliação no quantitativo de ministros da Corte.
Pretos e pardos
Perguntado se possui uma pauta para os 54% da população brasileira composta por pretos e pardos, Bolsonaro mostrou completa desconexão com o tema e limitou-se a dizer que acredita que “todos somos iguais”. Sem conseguir elaborar um raciocínio coerente sobre a temática, citou o fato de ter salvado um militar negro de afogamento quando era do Exército.
Um dos jornalistas da banca perguntou a Bolsonaro como fará para honrar a promessa de aumento com ganho real no salário mínimo em 2023 se isto não está previsto no Orçamento do próximo. Sem oferecer detalhes, o sabatinado apenas afirmou que o ministro Guedes garante que os recursos virão de dividentos.
Assim como o aumento real do salário mínimo, a continuação do pagamento do Auxílio Brasil não está prevista no Orçamento de 2023 e outro jornalista questou como o presidente, se eleito, irá honrar a promessa de manutenção do benefício. Bolsonaro discorreu como se deu o precesso de aprovação dos R$ 600 que são pagos atualmente, mas, efetivamente, não respondeu como o benefício será continuado.
Sobre reforma política, Bolsonaro foi lembrado que em sua campanha em 2017 se dizia contra a reeleição. E na sequência foi questionado por que teria mudado de ideia e se pretende propor uma reforma política para pôr fim a essa possibilidade. “Resolvi me candidatar à reeleição porque não vi ninguém com meu perfil para concorrer e isso seria permitir a volta da esquerda ao poder”, justificou.
A última pergunta do 2º bloco foi sobre a promessa de enxugar o funcionalismo. O candidato do PL lembrou que permitiu concurso “apenas nos dois órgãos mais importantes”, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal e que não pretende acabar com a estabilidade no funcionalismo, talvez apenas com os que forem aprovados nos próximos concursos, não para os atuais servidores.
Sergio Moro
No terceiro bloco, Bolsonaro respondeu à pergunta sobre como investirá na educação, lembrando que ao contrário do PT que deixou os alunos universitários endividados com o Fies preferiu investir na educação de base.
Sobre a promessa de que teria apenas 15 ministérios em seu governo, admitiu ter atualmente 23 e fala em recriar 3, incluindo o ministério da pesca.
Por fim, o mediador pediu ao candidato que revelasse como se deu sua reaproximação com o ex-ministro Sergio Moro – senador eleito. Ele disse que um colega em comum fez uma ligação e costurou o encontro.
Bolsonaro disse, ainda, que se perder as eleições acatará o resultado, desde que a Comissão de Transparência Eleitoral aponte que não houve irregularidades.
Em seu pronunciamento final, Bolsonaro divulgou que amanhã, a partir das 17 h, irá promover uma superlive com o governador Zema, Sergio Moro, Neymar, Silas Malafaia, entre outros apoiadores. O evento terá a duração de 22 horas.
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