O forte impacto da campanha presidencial na disputa ao Governo da Bahia é referendado pelos números. A pesquisa AtlasIntel mostra estabilidade também no domínio de Lula (PT) entre o eleitorado baiano, com 70,9% dos votos válidos, contra 29,1% obtidos por Jair Bolsonaro (PL), praticamente a mesma diferença apontada na sondagem anterior, quando o petista teve 70,8% e o atual presidente 29,2%.
Segundo o CEO da Atlas Intel, Andrei Roman, esse cenário de cristalização foi construído desde antes do primeiro turno, e conta com a alta rejeição de Bolsonaro entre os baianos.
“Além disso, você também tem uma tendência dos eleitores de tentarem ser coerentes com as suas próprias escolhas passadas, no caso eles votaram já uma vez. É difícil uma vez que você já sacramentou esse voto, correr atrás e mudar”, avalia.
Roman acredita que somente um fato inédito e com grande potencial eleitoral poderia alterar o rumo da preferência dos baianos em relação aos candidatos presidenciais.
“Só o surgimento de um elemento novo para determinar essa mudança e não me parece o caso. Qual seria o elemento novo para que os eleitores de Lula mudassem de opinião?”, questiona.
Crise de imagem
O executivo da AtlasIntel atribui ainda uma maior dificuldade eleitoral para Jair Bolsonaro neste momento por causa da repercussão negativa do caso envolvendo as adolescentes venezuelanas, abordadas por ele num contexto sexual.
“O que houve mais foi uma certa crise de imagem por conta das declarações que ele fez sobre as meninas venezuelanas, chamando-as de prostitutas quando, de fato, não existia nenhum tipo de comprovação em relação a isso. Então, quem deveria estar preocupado em termos de perder os eleitores deveria ser a campanha do Bolsonaro”, explica Roman.