Sindicalização dos trabalhadores cai para 14,4%, a menor desde 2012

Por Redação
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© Reuters / Nacho Doce

Em 2017, das 91.449 mil pessoas ocupadas, 14,4% (13.137 mil pessoas) estavam associadas a sindicato, uma queda de 3,2% em relação a 2016 e a menor taxa desde o início da série histórica, em 2012, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quinta-feira (8).

A maior taxa em 2017 ocorreu entre empregados no setor público (27,3%), seguida por empregados no setor privado com carteira assinada (19,2%). Os trabalhadores por conta própria tiveram uma das maiores quedas de taxa de sindicalização na série histórica, de 11,3% em 2012 para 8,6% em 2017.

Das 27.338 mil pessoas ocupadas como empregadores ou trabalhadores por conta própria em 2017, 5,8% (1.589 mil) eram associados a cooperativa de trabalho ou produção e a maior taxa de associação era na atividade de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (46,1%).

Em 2017, 28,0% dos ocupados como empregador ou trabalhador por conta própria estavam em empreendimentos registrados no CNPJ, taxa inferior à de 2016 (28,9%). De 2016 para 2017, as maiores quedas ocorreram nas atividades de Serviços (de 36,9% para 34,2%), Indústria geral (de 29,6% para 27,1%) e Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (de 43,8% para 42,5%).

Entre os ocupados por conta própria em 2017, 18,5% possuíam CNPJ, enquanto entre os empregadores, essa cobertura era de 80,0%. A atividade de Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas alcançou o maior percentual de cobertura: 27,1% para os trabalhadores por conta própria e 90,3% para empregadores.

Em 2017, 51,5% das pessoas ocupadas no setor privado (exceto trabalhadores domésticos) estavam em empreendimentos de pequeno porte (1 a 5 pessoas), e 26,1% estavam em empreendimentos com 51 ou mais pessoas.

A população ocupada no setor privado no Brasil trabalhava principalmente em estabelecimento do próprio empreendimento (63,0% ou 46,5 milhões de pessoas), em local designado pelo empregador, patrão ou freguês (12,5%) e em fazenda, sítio, granja, chácara etc. (11,1%). A pesquisa completa e o material de apoio da PNAD-C: Características Adicionais do Mercado de Trabalho estão à direita desta página.

Taxa é a menor desde 2012

Em 2017, das 91.449 mil pessoas que estavam ocupadas na semana de referência da pesquisa, 14,4% (13.137 mil pessoas) estavam associadas a sindicato. Esta é a menor taxa de sindicalização desde o início da série histórica, em 2012 (16,2%).

De 2015 para 2016, a queda da população ocupada foi de 1,5% (-1.435 mil pessoas), enquanto a dos ocupados sindicalizados foi de 7,4% (-1.082 mil pessoas). Praticamente, metade da redução do contingente de sindicalizados foi proveniente da Indústria geral (-506 mil pessoas). Em 2017, apesar da discreta recuperação de população ocupada, isto não interrompeu a redução do contingente de associados a sindicato (queda de 3,2% em relação a 2016).

Regionalmente, a Região Norte apresentava a estimativa mais baixa (12,6%) e a Sul, a mais alta (16,2%). Todas as Grandes Regiões tiveram redução de 2015 para 2016. Isso se repetiu de 2016 para 2017, com exceção do Centro-Oeste que mostrou recuperação do indicador. A Região Sul teve os maiores percentuais em todos os anos, mas também foi a que mostrou a principal redução desse indicador entre 2012 (20,3%) e 2017 (16,2%).

Setor público

A maior taxa de sindicalização em 2017 ocorreu entre empregados no setor público (27,3%). Esse grupo representava 12,4% da população ocupada total (11.339 mil pessoas). Em seguida, estavam os empregados no setor privado com carteira assinada, com taxa de 19,2%. Eles tinham a maior participação na população ocupada em 2017 (36,3% ou 33.195 mil pessoas).

Os trabalhadores por conta própria tiveram uma das maiores quedas de taxa de sindicalização na série histórica, de 11,3% em 2012 para 8,6% em 2017. Esse grupo representa a segunda maior participação na população ocupada (25,3% ou 23.105 mil pessoas).

De 2016 para 2017, a maior queda na taxa de sindicalização ocorreu entre Trabalhadores familiares auxiliares (de 14,7% para 11,5%), seguido por Empregadores (de 17,4% para 15,6%) e pelos trabalhadores por Conta própria (de 9,7% para 8,6%). Os trabalhadores domésticos tinham a menor taxa de sindicalização (3,1%), seguidos por empregados no setor privado sem carteira assinada (5,1%); esses dois grupos representavam, respectivamente, 6,8% e 12,2% da população ocupada.

Em 2017, por grupamentos de atividade, Administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais tinha a maior taxa de sindicalização (23,6%) em 2017, seguido por Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (21,1%). Alojamento e alimentação teve o maior crescimento de ocupados (10,6%), com acréscimo de 499 mil pessoas, mas reduziu ainda mais sua taxa de sindicalização, de 7,6% em 2016 para 6,8% em 2017. A Indústria geral, apesar da expansão em relação a 2016 (de 12,6% para 13,0% da população ocupada total), não recuperou a taxa de sindicalização dos anos anteriores, ficando em 17,1%.

Frente a 2012, os grupamentos de atividade da Indústria geral (-4,0 pontos percentuais) e de Transporte, armazenagem e correios (-3,3 pontos percentuais) tiveram as principais quedas da taxa de sindicalização. Os Outros serviços e os Serviços domésticos foram os únicos a não apresentarem retração do indicador nessa comparação.

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