‘Manter a Fafen-Ba é uma decisão política’, diz diretor do Sindipetro sobre hibernação

Por Redação
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Foto: Reprodução / Jornal Correio

Prestes a completar 48 anos de existência, a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia (Fafen-BA), localizada no Polo Petroquímico de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), teve a sua paralisação decretada pela Petrobras em março do ano passado. No entanto, devido a movimentação de sindicatos, trabalhadores e autoridades, a decisão foi adiada pela terceira vez. Isso porque a Justiça Federal concedeu uma liminar que proibiu o fechamento da unidade no último dia 31.

A decisão judicial saiu após ação do Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais, Petroquímicas e de Resinas Sintéticas de Camaçari, Candeias e Dias D’Ávila (Sinpeq). No dia anterior ao fechamento definitivo, cerca de dois mil trabalhadores do Polo Industrial realizaram uma manifestação contra a paralisação das atividades na fábrica baiana.

O fechamento da Fafen-BA faz parte do processo de saída integral da produção de fertilizantes, conforme anunciado pela Petrobras em setembro de 2016. Segundo a estatal, os planos de hibernação e futuro arrendamento da unidade são medidas para amenizar os resultados negativos que somaram aproximadamente R$ 200 milhões em 2017.

De acordo com o diretor de comunicação do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-BA), Radiovaldo Costa, o fechamento da Fafen-BA será um grande prejuízo para o estado. Além do forte impacto na economia, o diretor também considerou preocupante a eliminação dos postos de trabalho. “O fechamento vai gerar um impacto negativo em cadeia”, destaca.

Com a hibernação, a unidade deixará de produzir e fornecer insumos como amônia, ureia e gás carbônico. Diante disso, o diretor do Sindipetro-BA ainda apontou uma futura dependência no mercado externo. “A produção local acaba garantindo o equilíbrio de preço. Se a gente fechar as unidades e passar a importar praticamente 100% do produto, nós vamos ficar completamente dependentes do preço no mercado exterior e da cotação do dólar”.

Costa ainda questionou a efetividade da decisão tomada pela Petrobras. Para ele, apesar dos prejuízos apontados pela estatal, a hibernação da Fafen-BA não deveria ser uma alternativa. “A melhor saída para a fábrica não é a paralisação dela, mas sim adotar medidas atenuantes e garantir o seu funcionamento. A manutenção da unidade é uma medida política”, completa.

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