Muito comum no Carnaval, drinques como o conhecido ‘Príncipe Maluco’ podem colocar em risco a saúde dos foliões. Preparada, em geral, pelo próprio vendedor, a bebida é uma mistura alcoólica, da qual participam ervas e outras especiarias, que ampliam os efeitos no organismo, provocando fortes reações.
Vodka, conhaque, whisky, aguardentes, guaraná em pó, canela e energético são misturados e colocados num recipiente para maturar, sendo comercializados posteriormente nos circuitos da folia. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) alerta que bebidas deste tipo, de origem indefinida, devem ser evitadas.
A perita criminal Maiana Teixeira, da Coordenação de Bromatologia Forense do Departamento de Polícia Técnica, já analisou bebidas feitas artesanalmente e garante que elas podem conter altos níveis de metanol, substância que quando ingerida provoca reações. “Em excesso, o metanol pode causar cegueira e até mesmo a morte”, enfatizou Teixeira.
Outro risco apontado pela perita é a inserção de componentes no preparo da bebida não indicados para consumo humano. “O álcool vendido nos supermercados e o usado como combustível para veículos não devem ser ingeridos”.
Com a experiência de trabalhar em muitos carnavais, o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Antônio Júlio Nascimento defende que o folião só deve consumir aquilo que conhece. “Se você não sabe a procedência do produto, não tome”, salientou, advertindo que o folião também não deve utilizar copos de outras pessoas, nem ingerir bebidas que já estejam abertas.
Sobre os coquetéis, disse que existem pessoas pouco tolerantes, que reagem de maneiras diferentes às combinações alcoólicas. “Os mais frágeis não resistem a ingestão dessas misturas”, explicou, lembrando que a melhor forma de evitar transtornos é não mesclar. “Se você está acostumado a tomar cerveja, mantenha-se fiel a ela”, alertou.
Os xaropes e ervas utilizadas na preparação dos drinques dão um sabor agradável e podem levar o folião a consumir mais. O tenente-coronel Nascimento, que pediu moderação nos festejos, explicou que o álcool em excesso traz consequências graves, como o coma ou uma parada cardíaca.