Azzy, a interprete de Ivy em ‘Vai na Fé’, novela da Globo, surpreendeu ao fazer revelações chocantes sobre sua vida antes de se tornar cantora do Poesia Acústica. Durante entrevista à revista Quem, ela contou que além de sair de casa aos 12 anos por sofrer abuso sexual, ela chegou a entrar para o tráfico de drogas enquanto morava nas rus do Rio de Janeiro.
A moça de 22 anos que foi descoberta pelo projeto musical aos 15 anos, revelou que a música foi a sua salvação. Azzy se consagrou como uma das vozes mais fortes da nova geração de rappers no Brasil.
“Sai de casa aos 12 anos de idade porque sofria abuso sexual de uma pessoa que era parente mesmo. E acabou acontecendo aquela coisa da mãe e a família não acreditarem e ficar aquele clima muito ruim”, começou ela o relato.
Em seguida, ela contou que a busca pelo sonho foi motivação para não ficar presa aos problemas que enfrentava.
“Foram idas ao conselho tutelar, delegacia, exame de corpo de delito e, por eu já entender um pouco de música, esse foi o meu estopim para sair de casa e ir atrás do meu sonho, para eu me desprender disso que aconteceu. Sempre amei muito música. Desde a época da escola, era muito envolvida com arte”, completou.
A artista deu detalhes sobre sua primeira composição. “Tem uma música minha chamada Fedendo a Ódio, que foi um dos meus primeiros trabalhos com a Pineapple, na qual eu falo sobre a minha história e o que aconteceu. Muitas mulheres se identificaram comigo”, relatou.
Ela ainda destacou sobre sua saída de casa por falta de apoio. “Não saí de casa falando: ‘Ah, quero ter minha independência com 12 anos de idade’. Saí de casa porque não suportava mais viver aquilo. Eu não suportava mais estar em um ambiente onde as pessoas não respeitavam a minha integridade física e mental”, esclareceu Azzy.
Ao falar sobre o tráfico de drogas, a interprete de Ivy em ‘Vai na Fé’ afirmou que tinha poucas opções para sobreviver.
“Passei dois anos e meio traficando. Quem me conhece aqui de Niterói está ligado nessa história. Na rua, eu só tinha essas opções, ou eu me prostituía, virava mulher de bandido ou morria. E, por eu ter sofrido abuso sexual, sempre tive muito medo de homens, da rua e eu preferi ir para o caminho que eu achava que iria me proteger”, declarou.
Durante a entrevista ela explicou como a música entrou oficialmente na vida dela. “Comecei a me envolver com o rap na batalha de rimas, no Rio D’ouro (bairro de Niterói), onde Oroshi, Xamã foram descobertos”, disse.
Por fim, ela agradeceu ao seu produtor por acolhê-la. “Aos 15 anos de idade, conheci o meu produtor, que estou com ele até hoje. Ele me acolheu, me levou para dentro da casa dele e abriu várias portas para mim. Nunca, de forma alguma, ele me desrespeitou. Chamo ele de paizão. Ele me criou praticamente. Posso dizer que ainda bem que encontrei ele, porque eu poderia ter passado por muito mais coisas ruins, além das que eu já passei”, concluiu.