ue bebo, intercalo com água e refrigerante”, revela. Ela garante que dá certo. “Sempre curti numa boa. Nunca cheguei a precisar de atendimento médico por causa de álcool”. Dados da Prefeitura, no entanto, mostram que nem todas as mulheres estão preocupadas com os efeitos de bebidas alcoólicas no organismo. Nos postos de saúde montados nos circuitos da festa, elas já se equiparam aos homens no que diz respeito a atendimento em função de intoxicação alcoólica.
O dado, divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), não surpreende Rebeca. “De um tempo pra cá, a gente nota que as mulheres estão mesmo bebendo muito. Este já é o meu terceiro dia de Carnaval e, realmente, estamos danadinhas”, brinca. Outro cuidado adotado pela administradora para não engrossar o número de 77 mulheres já atendidas nesses três primeiros dias de Carnaval é não descuidar da alimentação. “Não abro mão de um bom feijão antes de sair de casa. Acho importante uma boa alimentação, pois, realmente, o desgaste é muito grande”, completou.
As medidas de precaução adotadas por Rebeca antes e durante o consumo de bebida alcoólica foi avaliada de modo positivo pelo coordenador médico do SAMU, Ivan Paiva Filho. “Elas estão corretíssimas. A desidratação e a má alimentação são alguns das principais causas do aumento do efeito negativo da ingestão de álcool no organismo”, considerou.
Vaidade – Na avaliação de Paiva Filho, a preferência por bebidas com teor alcoólico mais elevado e o fato de muitas mulheres adotarem dietas mais rigorosas que os homens podem contribuir para que elas alcancem mais rapidamente níveis inseguros de álcool no organismo. “Em uma avaliação menos aprofundada, a gente sabe que elas são mais vaidosas. Enquanto a maioria dos homens opta por alimentos pesados, as mulheres preferem adotar uma dieta e se sentirem mais atraentes na avenida”, considerou. “E ainda tem o tipo de bebida. Os homens preferem a cerveja, enquanto as mulheres apreciam mais os coquetéis e bebidas a base de vodcas, que tem teor de álcool mais elevado”, lembrou.
Paiva também descartou a ideia de que as mulheres sejam “menos resistentes” que os homens. “Não há diferença entre o organismo masculino e o feminino no que diz respeito à recepção do álcool. A diferença está nos hábitos adotados por cada um, independentemente de sexo. O que pode ocorrer é que o fígado daquela pessoa, homem ou mulher, que bebe com mais frequência, acaba por desenvolver uma capacidade maior de metabolizar o álcool ingerido”, acrescentou.
No total, de quinta até a manhã deste sábado, a Prefeitura registrou 159 atendimentos por alcoolemia, sendo 82 homens e 77 mulheres. “Essa pouquíssima diferença, só confirma aquela ideia de que os hábitos de homens e mulheres estão, cada vez mais, equiparados”. O dado reforça também uma pesquisa do Ministério da Saúde que aponta as soteropolitanas como as mulheres que mais bebem em todo o país.