A Fifa decide o futuro nesta sexta-feira. Ao fim do dia, a entidade que manda no futebol mundial terá um novo presidente e (provavelmente) terá aprovado um pacote de reformas que promete oferecer mais transparência e menos espaço para as picaretagens que resultaram nas punições – de multa a prisão – de tantos de seus dirigentes.
Também vai finalmente terminar a era Joseph Blatter. Ex-secretário-geral de João Havelange (1974-1998), o suíço chegou ao poder em 1998, reelegeu-se quatro vezes e só caiu no passado, quando o Comitê de Ética criado em sua própria gestão o afastou – a ele e a Michel Platini, que até então era o favorito a substituí-lo.
A semana em Zurique foi carregada de ironias. Todos os envolvidos na eleição para presidente – os cinco candidatos e os 207 eleitores – passaram os últimos dias falando em “mais futebol e menos política” e pregando “mais transparência” ao mesmo tempo em que acordos secretos e reuniões a portas fechadas definiam os rumos da votação desta sexta-feira.
Também se falou muito em “renovação”, embora nenhum dos cinco candidatos sejam exatamente nomes novos na cena. O xeque Salman Ibrahim Al-Khalifa é presidente da Confederação da Ásia e tem contra si acusações de violar direitos humanos no Bahrein. O também favorito Gianni Infantino era secretário-geral da Uefa (desde 2009) e, portanto, braço-direito de Platini.
Os candidatos que correm por fora são o príncipe Ali Bin Al-Hussein, da Jordânia, ex-integrante do Comitê Executivo da Fifa, o diplomata francês Jérôme Champagne, ex-número 3 da Fifa até 2010, e o empresário sul-africano Tokyo Sexwale, homem-forte da (bem sucedida) candidatura da África do Sul a sede da Copa de 2010.