O Comitê Olímpico Internacional afirmou nesta terça-feira (6) que adoraria ter o boxe nos Jogos de Los Angeles 2028, mas primeiro precisa ver a criação de um novo órgão global para o esporte.
Segundo o COI, a retirada do reconhecimento da Associação Internacional de Boxe (IBA) no ano passado se deu devido à falta de implementação de reformas na governança e nas finanças. A entidade olímpica ainda não incluiu o esporte no programa LA 2028.
“Gostaríamos muito de ver o boxe, queremos ver o boxe no programa de Los Angeles. Agora cabe à comunidade do boxe se organizar para o esporte e para os atletas”, afirmou o porta-voz do COI, Mark Adams, em uma entrevista coletiva.
Uma nova organização chamada World Boxing foi lançada em 2023 e atualmente conta com 37 membros, ainda muito menos do que a IBA, porém não é reconhecida pelo COI.
Adams fez suas declarações um dia após uma conferência de imprensa desastrosa da IBA em Paris, onde o presidente da organização, o russo Umar Kremlev, atacou o COI em uma apresentação longa e desconexa.
Kremlev se dirigiu à mídia online, passando de ataques pessoais contra o presidente do COI, Thomas Bach, a críticas à cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris e à defesa de sua própria luta contra a corrupção.
O COI e a IBA estão em desacordo há dias sobre a participação de duas boxeadoras, Imane Khelif, da Argélia, e Lin Yu-ting, de Taiwan, nos Jogos.
A IBA as baniu no meio do Campeonato Mundial do ano passado após um teste cromossômico, alegando inelegibilidade de gênero, mas o COI permitiu que ambas competissem, dizendo que são mulheres.
A coletiva de imprensa da IBA, que provocou um protesto da administração esportiva de Taiwan, foi inicialmente organizada para fornecer provas dos testes realizados nas duas boxeadoras, entretanto, acabou causando mais confusão.
“Não vou comentar sobre as cenas caóticas de ontem”, afirmou Adams. “Isso demonstra claramente que o esporte do boxe precisa de uma nova federação para administrar o boxe.”