Carlos Macedo e Redação
O ápice da história da ginástica rítmica do Brasil não resultará em uma colocação no pódio olímpico na competição por conjunto. Uma lesão sofrida por Victória Borges, uma das integrantes da equipe nacional, levou o país a receber uma nota muito abaixo do esperado na rotina mista, de bolas e fitas, acabando com as chances de avançar para a final da modalidade.
O conjunto brasileiro, composto por Victória, Maria Eduarda Arakaki, Deborah Medrado, Sofia Pereira e Nicole Pircio, chegou a Paris como um dos favoritos a conquistar uma medalha olímpica por equipe na ginástica rítmica pela primeira vez. Na etapa classificatória, a primeira apresentação foi no conjunto simples de cinco arcos. As brasileiras tiveram um bom desempenho ao som de uma versão da música “I Wanna Dance with Somebody”, da cantora Whitney Houston. A nota de 35.950 colocou o Brasil na quarta posição geral após as 12 primeiras apresentações, indicando uma classificação encaminhada para a final, já que apenas as 8 melhores equipes avançavam.
No entanto, a situação mudou antes da segunda apresentação no conjunto misto, de três fitas e duas bolas. Durante o aquecimento, Victória Borges sentiu uma contratura muscular na panturrilha minutos antes de entrar em ação. Mesmo mancando, a atleta decidiu participar da rotina junto com suas companheiras. Na ginástica rítmica, não é permitido substituir atletas depois do início da competição.
Durante a série, Victória não conseguiu realizar os movimentos ginásticos da coreografia das brasileiras devido às dores. Ao fim da apresentação, as emoções transbordaram e Victoria precisou de assistência para sair da quadra. Como era previsto, a nota do conjunto brasileiro foi baixa: 24.950.
Ao final de todas as apresentações, a equipe brasileira obteve um total de 60.900 pontos e terminou em nono lugar, fora da zona de classificação para a final. A Bulgária assegurou a primeira colocação geral, somando 70.400 pontos.
O quinteto brasileiro foi um dos que mais progrediu no ciclo olímpico da ginástica rítmica. Nas últimas etapas da Copa do Mundo, as brasileiras frequentaram constantemente o pódio. Pela primeira vez, alcançar uma medalha olímpica por equipes na ginástica era uma possibilidade real para o Brasil, em uma modalidade amplamente dominada pelos países europeus. Agora, o sonho foi adiado para os Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028.