A comunidade escolar indígena da rede estadual de ensino está pronta para enfrentar as etapas territoriais dos Jogos Estudantis Indígenas da Bahia (Jeiba), que ocorrem neste mês e em setembro. Os alunos de 27 colégios indígenas localizados nos municípios pertencentes aos Núcleos Territoriais de Educação do Velho Chico (NTE 2), Litoral Sul (NTE 5), Semiárido Nordeste II (NTE 17), Itaparica (NTE 24) e Extremo Sul (NTE 07), além da Costa do Descobrimento (NTE 27), estão participando das atividades, que tiveram início nessa quinta-feira (8) e continuam até sábado (10). Durante os jogos, compostos por três etapas (Escolar, Territorial e Estadual), as práticas esportivas funcionam como um intercâmbio de experiências culturais e ancestralidade, contribuindo para a formação integral dos estudantes indígenas.
A iniciativa pedagógica da Secretaria da Educação do Estado (SEC) traz à tona a memória e as histórias indígenas por meio da expressão corporal, do brincar e da celebração cultural, reforçando a memória coletiva. É com esta perspectiva que as etapas territoriais dos Jogos Estudantis Indígenas continuam com os estudantes dos NTEs do Litoral Sul (de 14 a 16/8); Velho Chico (16/8); Extremo Sul (27 a 29/8), Itaparica (4 a 6/9) e Semiárido Nordeste II (5 e 6/9). Cidades como Muquém do São Francisco, Ilhéus, Buerarema, Prado, Santa Cruz Cabrália, Banzaê, Euclides da Cunha, Glória, Abaré e Rodelas estão participando das disputas esportivas.
Cabe às escolas indígenas a organização das estratégias pedagógicas para preparar os estudantes que participarão das modalidades esportivas. Entre as atividades estão corridas rústicas ou de 100 metros, corrida toro, arco e flecha, zarabatana, arremesso de tacape, luta corporal indígena, cabo de força, futebol, além de cantos e danças, pinturas corporais e comidas e bebidas típicas. O preparo para a realização desse evento pode englobar diversas ações e instrumentos pedagógicos, como rodas de conversas com lideranças e mestres de saberes tradicionais, para que possam compartilhar a história do povo e das práticas de cada modalidade.
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O coordenador da Educação Indígena do Estado, Niotxarú Pataxó, explica que a realização dos Jogos Estudantis Indígenas da Bahia é fruto de uma política de Educação que visa incluir a ação no calendário anual do Estado, promovendo a diversidade, inclusão, afirmação, reconhecimento, integração e valorização das atividades e práticas esportivas e culturas indígenas dos povos originários da Bahia. “Ao buscar o fortalecimento das identidades e o exercício da cidadania dos povos originários da Bahia, a SEC desenvolve atividades que buscam promover e garantir os direitos e o protagonismo dos povos indígenas, possibilitando que estes se vejam como os atores principais na construção de seu projeto de vida. Nesse processo de produção de saberes, a escola assume um papel relevante e a participação dos estudantes se torna indispensável”, considera o coordenador.