Em meio a denúncias, operações e prisões envolvendo esquemas de apostas esportivas, o ministro do Esporte, André Fufuca, avaliou nesta quarta-feira (11) que as chamadas bets serão “benéficas” para o setor. “Não se deve confundir os maus com os bons. É necessário separar o joio do trigo”.
“Essas denúncias que estamos vendo serão averiguadas e eu garanto que, por parte do Ministério do Esporte, todo o rigor será usado para que haja o máximo de lisura em relação a apostas esportivas”, disse, ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
O ministro comentou também sobre a recém-criada Secretaria Nacional de Apostas Esportivas e de Desenvolvimento Econômico do Esporte, vinculada à pasta e que ficará sob o comando do advogado Giovanni Rocco Neto. A nomeação foi publicada no último dia 2 no Diário Oficial da União.
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“Uma das exigências que fiz ao novo secretário foi que toque de forma mais rígida possível e investigue o que tiver que ser investigado, faça o que tiver que ser feito. Temos que ter lisura. Estamos falando de centenas de milhares de pais e mães de famílias que, muitas vezes, fazem suas apostas, exercem sua fé.”
“Se há algo que não pode ser tolerado é qualquer tipo de ilicitude. Quanto a isso, somos totalmente vigilantes para que não haja. E, se houver, os culpados devem ser punidos”, completou Fufuca.
“Pandemia” de bets
Dados de uma pesquisa de opinião do Instituto Locomotiva mostram que, entre janeiro e julho deste ano, 25 milhões de brasileiros começaram a fazer apostas esportivas em plataformas eletrônicas – uma média de 3,5 milhões por mês. O período é menor que o necessário para a covid-19 infectar o mesmo número de brasileiros, o que ocorreu em 11 meses, de fevereiro de 2020 a janeiro de 2021.
O levantamento revela que, em cinco anos, 52 milhões de brasileiros realizaram apostas em bets. Destes, 48% são considerados novos jogadores (começaram a apostar ao longo dos primeiros sete meses de 2024). Atualmente, o hábito de tentar a sorte em plataformas eletrônicas no país atinge um grupo do mesmo tamanho que a população da Colômbia e supera a de países como Coreia do Sul, Espanha e Argentina.