O ex-volante Jucilei, conhecido por suas passagens memoráveis por Corinthians, São Paulo e pela Seleção Brasileira, foi uma das vítimas de um esquema bilionário que prometia lucros exorbitantes através de investimentos em bitcoins. A denúncia sobre o esquema foi revelada em uma reportagem veiculada pelo programa Fantástico no último domingo (15), mostrando que Jucilei sofreu um prejuízo de R$ 45 milhões.
Aos 36 anos e aposentado desde 2022, Jucilei teve uma carreira internacional que incluiu passagens pela China, Rússia e pelos Emirados Árabes. A investigação conduzida pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos revelou que o esquema era, na verdade, uma pirâmide financeira, resultando em prejuízos estimados em US$ 50 milhões (cerca de R$ 280 milhões) para os investidores.
O esquema teve líder que se identificava como Salvador Molina, suposto CEO da Forcount, uma empresa especializada em investimentos em criptomoedas e sistemas de pagamentos digitais. Entretanto, Salvador Molina era simplesmente um ator contratado para desempenhar o papel de CEO, enquanto o verdadeiro responsável pela empresa era Francisley Valdevino da Silva, conhecido como o “Sheik do Bitcoin”.
A Polícia Federal do Brasil foi acionada após solicitação dos agentes americanos, e a investigação revelou problemas em duas empresas associadas a Francisley: a Rental Coins e a InterAg. Em uma operação policial, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em 20 endereços relacionados ao esquema criminoso. Em 2022, estima-se que o valor total movimentado pela estrutura foi de aproximadamente R$ 4 bilhões.
Segundo as autoridades, o esquema de Francisley deixou 15 mil vítimas no Brasil, as quais aguardam ainda a recuperação de uma parte do dinheiro investido. O advogado das vítimas, Bernardo Regueira Campos, relatou ao Fantástico: “Ele sempre gostou de esbanjar, sempre gostou de coisa boa e mostrar para as outras pessoas que tinha condições. E receber na casa dele sempre foi, a princípio, um bom anfitrião”.
Francisley Valdevino da Silva foi preso, mas prosseguiu com seus esquemas fraudulentos, usando os nomes de ex-funcionários para abrir novas empresas. Recentemente, ele foi novamente detido pela Polícia Federal. Além de enfrentar acusações de lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraudes contra o sistema financeiro no Brasil, Francisley é réu em um processo semelhante nos Estados Unidos, juntamente com os sócios da Forcount.
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