A partida entre Juventude e Vitória, que ocorreu na primeira rodada do Campeonato Brasileiro deste ano, acendeu um sinal de alerta em relação a uma possível manipulação em plataformas de apostas esportivas. O ponto de suspeita gira em torno da aplicação de um cartão amarelo ao atacante Ênio, da equipe do Juventude, decorrente de uma reclamação.
Uma reportagem veiculada pelo site ge.globo revelou que casas de apostas detectaram um volume inusitado de palpites relacionados especificamente a esse jogador. Essa anomalia levantou preocupações que foram comunicadas ao Governo Federal, que atualmente realiza uma análise minuciosa através de órgãos competentes.
Conforme um relatório apresentado pela Associação Internacional de Integridade em Apostas Esportivas (IBIA), pelo menos seis operadoras identificaram comportamentos irregulares ocorrendo nas apostas. Uma das operadoras patentes da situação reportou que 99% das apostas no mercado específico de advertência por cartão focaram em Ênio. Além disso, foi constatado que 90% do valor total apostado na partida provinha de perfis que estão sob suspeita.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou que recebeu os relatórios e encaminhou todos os dados ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e ao Ministério Público. A entidade utilizou sua Unidade de Integridade para informar que o caso está sendo tratado sob sigilo e cautela.
O relatório também mencionou que três atletas figuram entre os apostadores que estão envolvidos na situação. Eles pertencem ao grupo que está proibido de participar de apostas esportivas, segundo o que estipula a Lei das Bets.
Até o momento, tanto o Juventude quanto os representantes de Ênio não se manifestaram sobre o ocorrido. A empresa Sportradar, que colabora com a CBF na monitorização de apostas, também informou que não irá comentar sobre casos que estão sob investigação.