Max Holloway disse que não viria à toa ao Brasil. E provou isto neste sábado (3). Em combate válido pelo UFC 212, no Rio de Janeiro, o havaiano surpreendeu José Aldo dentro de sua própria casa e unificou os cinturões dos penas (até 65,8 kg), se tornando, assim, o campeão linear da organização comandada por Dana White.
Essa foi a 11º vitória seguida de Holloway na organização. Antes de nocautear o brasileiro, o havaiano já havia derrotado nomes como do ex-campeão dos leves Anthony Pettis, Ricardo Lamas, Jeremy Sthepens, Charles do Bronx e Cub Swanson.
"Queria agradecer muito a todos os brasileiros. Lutei contra um compatriota de vocês, mas só me mostraram amor aqui durante essa semana", disse Holloway ainda dentro do octógono.
Com a derrota, Aldo falha em sua primeira defesa de cinturão após a derrota para Conor McGregor. Depois do revés para o irlandês, o brasileiro foi campeão interino ao derrotar pela segunda vez Frankie Edgar e se tornou novamente dono do título linear após o falastrão europeu abandonar a categoria.
Antes disso, o brasileiro havia feito sete defesas com sucesso na divisão dos penas, sendo parado apenas para Conor, na luta que durou apenas 13 segundos, em dezembro de 2015, sua única derrota no UFC até aquele momento.
A dúvida agora é se o brasileiro seguirá nos penas. A ideia de Aldo era subir aos pesos-leves e, principalmente, fazer superlutas dentro da organização. A derrota, no entanto, o deixa em situação complicada, perdendo força para fazer exigências com Dana White e os novos donos do UFC.
A LUTA
O combate começou muito estudada, com quase sem ação de nenhum dos lutadores por cerca de quase dois minutos. Quem arriscou primeiro foi Holloway, mas os socos não atingiram o brasileiro. Quando Aldo atacou, no entanto, foi quase mortal.
Com uma combinação explosiva, balançou o havaiano, que ficou encurralado na grade e ainda recebeu uma joelhada do dono da casa. Holloway se recuperou, mas foi Aldo quem continuou conectando os melhores golpes até o soar do gongo.
No segundo assalto, os lutadores voltaram mais agressivos. Holloway tentava caçar Aldo dentro do octógono, enquanto o brasileiro esperava os melhores momentos para conectar sequências efetivas, que fizeram a torcida vibrar a cada movimento.
Na parte final do round, o havaiano melhorou e até assustou o público em alguns momentos, mas abusou da provocação dentro do octógono – abrindo os braços e chamando Aldo – e acabou castigado pelo brasileiro.
Aldo voltou claramente mais cansado para o terceiro round e sofreu com alguns golpes do havaiano, que continuou provocando o brasileiro em alguns momentos. Holloway, então, foi ganhando confiança na luta e, mesmo com milhares de torcedores apoiando o brasileiro, conseguiu o que parecia improvável.
Acertou um direto em cheio no brasileiro, que balançou e foi castigado. Totalmente tonto, recebeu mais diversos golpes, que o levaram o derrubaram. No chão, foi massacrado até os quatro minutos e treze segundos, quando o árbitro central interrompeu a luta, dando nocaute técnico ao havaiano.
CARD PRINCIPAL
Max Holloway venceu José Aldo por nocaute técnico aos 4min13s do 3º round
Cláudia Gadelha finalizou Karolina Kowalkiewicz aos 3min03s do 1º round
Vitor Belfort venceu Nate Marquardt por decisão unânime (triplo 29-28)
Borrachinha venceu Oluwale Bamgbose por nocaute técnico com 1min06s do 2º round
Yancy Medeiros venceu Erick Silva por nocaute técnico aos 2m01s do 2º round
CARD PRELIMINAR
Raphael Assunção venceu Marlon Moraes por decisão dividida (28-29, 29-28 e 29-28)
Antônio Cara de Sapato finalizou Eric Spicely aos 3min49s do 2º round
Matthew Lopez venceu Jhonny Eduardo por nocaute técnico aos 2min57s do 1º round
Brian Kelleher finalizou Iuri Marajó aos 1min48s do 1º round
Viviane Sucuri venceu Jamie Moyle por decisão unânime (29-28, 30-27, 30-27)
Luan Chagas finalizou Jim Wallhead aos 4min48s do 2º round