O baiano Acelino “Popó” Freitas, 46 anos, reconheceu que “segurou a mão” no confronto contra Whindersson Nunes, realizado em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, no domingo (30). Chamado de “luta de exibição”, esse tipo de embate não conta pontos e tem golpes mais leves em relação ao boxe profissional.
“A gente tem que dar uma segurada, a gente é profissional, a gente sabe. Se eu nocauteasse ele, não seria tão bonito como foi. No momento que ele caiu e o juiz abriu a contagem, eu podia acabar. Mas por que acabar com a festa? Estava tão bonito, todo mundo estava gostando, todo mundo aplaudindo, (com) a força de vontade dele, não tinha por que acabar”, disse Popó em entrevista à reportagem após a luta.
Apesar de ter maneirado nos golpes, o ex-pugilista afirmou que sentiu dores nas mãos após o confronto.
“Eu comecei a lutar com oito anos e eu nunca senti minha mão doer. Dessa vez eu lutei com uma luva de 14 onças e minha mão doeu muito de tanto bater. Ele é um cara que aguenta muito, muito. A luva de oito onças é muito pequena, pode quebrar a mão, e eu nunca senti nada. Ele é muito, muito foda, muito top.”
No boxe há seis tipos de luvas, cada uma é indicada para uma faixa de peso. A luva de oito onças é recomendada para lutadores de 45 kg a 65 kg. Já a de 12 onças é indicada para competidores de 78 kg a 90 kg. Além disso, cada uma tem um peso diferente. A de oito onças tem 227,2 g, já a de 12 pesa 340 g.
Para o tetracampeão, o empate foi “justíssimo”. “Ele ganhou por quantidade de golpes.”
“Minha avaliação da luta é a melhor possível. Ele valorizou bastante tudo que aconteceu, e tudo que aconteceu hoje foi por causa dele, ele é top. Eu sou lutador de boxe, eu já fiz tudo que tinha que fazer lá atrás. Ele ajudou a resgatar isso, ajudou o Popó a voltar à mídia de novo e agradeço a ele por isso. Eu falo da mídia social. Eu era famoso era na mídia televisiva e agora ele me colocou na mídia digital”, avaliou o ex-boxeador.
Para Popó, o preparo físico de Whindersson estava melhor que o dele. O tetracampeão está aposentado desde 2012.
“Ele pensa muito mais rápido do que eu, ele tem um preparo físico melhor que o meu. Eu tenho 46 anos, não é o mesmo pique, gás, o mesmo desejo, mas a experiência é muito maior, o que contou aqui hoje não foi meu gás, não foi só meu dom, de lutador de boxe, mas, sim, uma experiência de 32 anos lutando boxe, a gente chega aí e faz as coisas que gosta, brinca de bater, brinca de esquiva, de perna para cá e para lá.”